O clima tem sido tema, cada vez mais, de um debate estratégico global. Mas, para o economista Otaviano Canuto, as mudanças climáticas reforçam desigualdades entre os países.
“Os efeitos serão sentidos, particularmente, nas áreas mais pobres do planeta, que não têm muito a ver com a criação do problema. Por isso é um processo tão assimétrico: foi gerado, primordialmente, pelo consumo de combustíveis fósseis nas economias avançadas”, explica, em entrevista ao Canal UM BRASIL, ilustrada pela charge de Adão Iturrusgarai.
Para Canuto, em meio à emergência climática, o Brasil deve fazer valer o power shoring — estratégia que se baseia na exploração da disponibilidade de energia limpa e barata para gerar vantagem competitiva e atrair setores intensivos no uso de energia.
“Essa capacidade de produzir energia renovável a baixo custo é uma fonte de atração para indústrias de alumínio e todas as indústrias que são intensivas em energia”, conclui.