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“Brasil precisa avançar em educação para escapar da ‘armadilha da renda média’”, diz Ben Schneider

DEBATEDORES | Ben Ross Schneider

O Brasil está preso à “armadilha da renda média”. Esse é um termo usado por economistas para países que seguem, de alguma maneira, crescendo, mas não alcançam patamares de desenvolvimento vistos na Europa e nos Estados Unidos. De acordo com o PhD em Ciência Política e diretor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Brazil Program, Ben Ross Schneider, a chave para o salto da renda média para a renda alta está na elevação do nível de educação e o seu consequente aumento de produtividade.

Em entrevista ao UM BRASIL, Schneider diz que quando a Europa e os Estados Unidos atingiram o nível de renda alta, o nível educacional dessas nações era mais baixo do que o registrado em países de renda média hoje, como o Brasil. Por isso, é necessário avançar ainda mais no desenvolvimento educacional da população brasileira.

“Os países que são agora de renda alta fizeram o salto quando tinham nível de educação menor do que os de renda média atualmente, mas avançaram”, diz Schneider, que coordena um programa de intercâmbio entre pesquisadores do MIT com universidades brasileiras. “Isso significa que os países hoje têm que avançar mais na parte de educação do que fizeram no século passado”, completa. Segundo o pesquisador, a elevação do nível de educação tende a proporcionar ganho de produtividade. Contudo, outras medidas ainda serão necessárias para que o Brasil deixe a renda média.

“Quase todos os economistas estão de acordo de que tem que aumentar a produtividade. Depois disso, há uma lista de reformas e políticas que o País poderia adotar: tem que aumentar o capital humano, avançar na área de tecnologia e inovação, investir mais em infraestrutura, assim por diante. Essas são as medidas mais importantes”, afirma o PhD em Ciência Política. Questionado se uma economia mais aberta ao mercado internacional poderia contribuir para o desenvolvimento do País, Schneider diz que o Brasil pode rever certas posições no comércio, mas cita outra área que pode se beneficiar de uma eventual abertura.

“A abertura mais importante que eu vejo seria para a tecnologia e pesquisa. Um país como o Brasil tem uma forte base de pesquisadores que poderia ser muito mais aproveitada com uma conexão à economia global”, afirma. A entrevista faz parte da série “Diálogos que Conectam”, realizada pelo UM BRASIL em parceria com a Brazil Conference – evento realizado anualmente por alunos brasileiros da Harvard University e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

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