Com promessas irreais e a incorporação de uma agressividade que atrai os “ouvidos” de muitos eleitores, os líderes populistas, muitas vezes, chegam ao poder pelo caminho eleitoral – algo que começa de forma legítima, mas que nem sempre permanece assim –, conforme destaca o sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier, em debate promovido pelo Canal UM BRASIL – uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) – em parceria com o Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE).
Comandado por Vladimir Maciel, coordenador do CMLE, o debate também contou com a presença de Alexandre Padilla, presidente e diretor do Departamento de Economia da Universidade Estadual Metropolitana de Denver (Estados Unidos).
Lamounier define o que considera um populista: um líder político, exercendo um cargo eletivo (ou não), que apela diretamente aos eleitores para que se devotem a ele e pressionem os poderes Legislativo e Judiciário, com o objetivo de enfraquecê-los – e, eventualmente, assumir o poder com intenções ditatoriais. Além disso, há outra intenção, não menos grave, que abarca o dinheiro público. “Eles adoram fazer caridade com o dinheiro alheio, esta é uma característica típica de populistas.”
Já Padilla comenta que, ao se olhar apenas pelos pontos de vista do crescimento econômico e da redistribuição, como geralmente fazem os economistas, não se abrange a definição do populismo presente nos Estados Unidos e na Europa – com mais ênfase ao nacionalismo. “[Eu acredito que o populismo] se trata de uma ideologia esvaziada, não é uma real como o socialismo, o conservadorismo ou o capitalismo. É algo que enfatiza a ideia do ‘nós contra eles’, com o ‘nós’ detendo as superioridades moral e lógica, e ‘eles’ como seres inferiores.”
“Os populistas podem se encaixar em diversos modelos: capitalistas, socialistas, aproximando-se do nacionalismo ou do fascismo, até certo ponto. No entanto, não há objetivo econômico real. As políticas do populismo são caracterizadas pelo que as pessoas consideram ser injusto para elas, e feito a elas, como resultado das ações das ‘elites corruptas’”, ressalta Padilla.
Crédito das fotos: Mackenzie