“O futuro sempre esteve fundamentalmente associado à ideia do progresso. Até a chegada da modernidade, o futuro era escatológico. Sua vinculação ao progresso é uma concepção contemporânea, prometendo às pessoas uma vida constantemente melhor, em que pais analfabetos possam mandar os filhos à escola ou à universidade. De fato, isso continua existindo, mas, por causa de políticas que [nos] levaram a uma maior desigualdade social e em razão de algumas transformações tecnológicas que diminuíram a oferta de empregos de qualidade, a ideia de que o futuro será melhor não se confirma mais”, afirma o sociólogo Bernardo Sorj, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP.
“A única visão de futuro que temos hoje é a ambientalista, e o que vem pela frente será muito pior. A pandemia é ‘fichinha’ perto disso. A visão de futuro que se apresenta, hoje, é de desastres climáticos e de uma sociedade com dificuldade para administrar as pressões e transformações sociais. O futuro está em colapso”, pondera. Ele também faz avaliações aprofundadas sobre tecnologia, privacidade e democracia.
Sorj, autor de 29 livros, é diretor do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais e também do Projeto Plataforma Democrática. Na entrevista, ele aborda os principais temas de seu livro recém-lançado, Em que mundo vivemos?, que pode ser acessado gratuitamente em plataformademocratica.org/Arquivos/Em_Que_Mundo_Vivemos.pdf
A obra integra a coleção “O Estado da democracia na América Latina”, parte do projeto Plataforma Democrática, uma iniciativa do Centro Edelstein e do Instituto Fernando Henrique Cardoso, dedicada a fortalecer a cultura e as instituições democráticas na região por meio do debate sobre as transformações da sociedade e da política na América Latina e no mundo, conforme descreve a plataforma.
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