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Valorizar a própria cultura é etapa fundamental para ter um turismo único e prestigiado por estrangeiros

DEBATEDORES | André Jordan

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Apesar das críticas internas quanto a Portugal estar se tornando um local com forte presença de estrangeiros, a nação encontrou uma identidade própria reconhecida mundo afora: um destino turístico, com grande valor e estima por visitantes internacionais, que, em vez de desperdiçar esforços tentando copiar e mimetizar outros pontos muito visitados no mundo, valoriza aquilo que há de mais caro para sua população, a própria cultura.

“O estrangeiro respeita o que é Portugal e vem por ser como é, não para mudar o país; eles reconhecem os valores humanos dos portugueses”, defende André Jordan, chairman do André Jordan Group, em entrevista para a série  Conexão Brasil–Portugal do Canal UM BRASIL, uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Conhecido como pai do turismo português — apesar de nunca ter atuado como operador de turismo, mas como desbravador de investimentos imobiliários —, Jordan explica que o reconhecimento ocorre pelo potencial turístico que conseguiu enxergar e disseminar no país ao longo de várias décadas, absorvendo todas as qualidades necessárias para que se tornasse uma potência no setor. “Os portugueses têm um ‘complexo’ de que não eram Las Vegas [EUA] e lugares semelhantes, mas tinham qualidades que me atraíram: comportamento, bom serviço, respeito humano, tranquilidade e boa comida. O que eu fiz foi convencer os portugueses sobre o valor de suas virtudes, o valor do que tinham de bom, da simplicidade”, ressalta. “Somente agora eles entendem que os estrangeiros querem pagar para viver como portugueses.”

Na conversa, Jordan lembra que, além da precariedade no tocante à infraestrutura turística portuguesa, havia, no passado, até mesmo uma lacuna para a capacitação de pessoal. Os empreendimentos tiveram de ser totalmente financiados pelo setor privado para que pudessem sair do papel. “Todo o setor de turismo, ou mesmo o imobiliário, não tiveram apoio do Estado”, lembra.

Segundo o chairman, o Brasil ainda precisa se empenhar mais para ter o reconhecimento mais disseminado de local turístico. “No momento de expansão dos grandes lucros no turismo, o setor de aviação tinha um domínio tão grande que não se permitiu avanço. O momento de recebimento de grandes lucros e turistas não ocorreu no Brasil, tampouco havia tradição hoteleira, e o País continua muito fraco nisso, em grande medida. Até agora, o Brasil não encontrou a fórmula para promover o seu turismo”, conclui Jordan.

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