Partidos políticos são uma realidade inevitável
ENTREVISTADOS
A reforma dos partidos é o melhor caminho para atrair os jovens para a política brasileira. Essa é a análise do fundador e coordenador do Movimento Transparência Partidária, Marcelo Issa, em debate promovido pelo UM BRASIL. O encontro, feito em parceria com o Colégio Santa Marcelina, contou ainda com a participação da cofundadora e diretora-executiva do Vetor Brasil, Joice Toyota.
“Para mudar a política é fundamental mudar os partidos porque eles são inevitáveis e fazem essa mediação entre a sociedade e o poder público. A estrutura que temos hoje precisa ser reformada para que incentive ou obrigue práticas de transparência, de renovação e de integridade, a fim de que transformemos os partidos que temos”, afirma o cientista político.
Em conversa com Humberto Dantas, Issa destaca que os jovens interessados em contribuir para a melhoria do País evitam se filiar a partidos e buscam outros meios para transformar a sociedade – como ocupar cargos comissionados, por exemplo.
No debate, Issa e Joice também analisam o estereótipo do servidor público e ressaltam que parte dos cargos é ocupada por indivíduos despreparados para a função. Na visão de Joice, além dessa forma de seleção que reflete na baixa qualidade dos serviços oferecidos, o governo desperdiça inúmeros talentos ao fazer de forma errada a distribuição de pessoal.
“Para enfrentar os problemas mais complexos, precisamos das melhores pessoas. Para isso, precisamos atraí-las. Temos de compor times de alto desempenho, combinando as pessoas com capacidade e também com vontade de implementar aquele plano de governo que é representado por um candidato eleito democraticamente para ocupar uma posição do lado de dentro do setor público”, observa Joice.
O governo é composto por funcionários concursados (que têm estabilidade) e comissionados (cargos de confiança) e, na análise de Joice, as duas formas são antiquadas. Para ela, o ideal seria usarmos processos profissionais e metodologias para o preenchimento das vagas.
“Precisamos ter uma nova forma de fazer contratação, de um instrumento que traga flexibilidade para que consigamos contratar e desenvolver as pessoas e alocar os profissionais naquilo que é mais importante para a entrega do serviço e no que atende aos sonhos profissionais de cada um”, conclui.
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