UM BRASIL UM BRASIL MENU conheça o um brasil
Voltar
ANTERIOR PRÓXIMO
 
Economia e Negócios

Avanços tecnológicos exigem novo modelo escolar

  • COMPARTILHAR
  • GOSTEI
Publicado em: 28 de setembro de 2018

ENTREVISTADOS

Embora o sistema educacional atual ainda não tenha se adaptado às exigências do século 21, não pode ser exclusivamente culpado por um país ter resultados ruins em exames de educação. Há diversas questões sociais que, se resolvidas, contribuiriam para elevar o nível educacional. É o que diz o professor da Escola de Educação de Harvard e fundador do Center For Curriculum Redesign, Charles Fadel.

“O problema não pode ser somente direcionado à educação. Para ser justo, há muitos problemas sociais que precisam ser resolvidos. Questões de equidade e de população negligenciada, entre outas coisas”, ressalta o professor, que também é presidente do Comitê de Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “É preciso lembrar que a educação é parte do problema, não o problema inteiro. Toda vez que pensamos nessas coisas, temos que aceitar que há outras soluções que podem ser políticas, sociais etc. E não colocar todo o peso nas costas da educação”, completa.

Em entrevista para o UM BRASIL, realizada em parceria com a Somos Educação, Fadel comenta que o modelo escolar atual é bastante semelhante ao criado na Revolução Industrial. Contudo, as inovações tecnológicas estão ocorrendo em uma velocidade nunca antes vista. Com isso, o ensino tradicional não acompanha às demandas da atualidade. Além disso, falha ao não preparar os jovens para as profissões do futuro.

“Ensinamos matérias e assuntos que pertencem aos séculos 19 e 20, enquanto que, neste século, deveríamos ensinar, por exemplo, tecnologia e engenharia, ciências sociais, como psicologia, sociologia e antropologia. O que é ensinado é parcialmente relevante. Precisamos nos guiar pelas oportunidades, e não pela oferta de empregos de hoje, pois não sabemos onde eles estarão no futuro”, salienta.

Fadel reconhece que os desafios da atualidade para o sistema de ensino são grandes, principalmente porque, quando uma tecnologia ganha uso social, outras já estão surgindo. Nesse sentido, ele diz que as pessoas devem desenvolver a meta-aprendizagem, que é a habilidade de se adaptar e refletir constantemente.

“Nós tivemos mais de 100 anos para nos adaptar à Revolução Industrial. Nós fomos de não ter escolas para ter escolas de massa, nós inventamos esse modelo. E isso deu certo por 150 anos, nem sempre de forma perfeita, mas razoável. E, agora, nós temos que achar um outro modelo porque a disrupção está acontecendo muito rapidamente”, reitera.

ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Economia e Negócios

Questão climática: riscos e oportunidades para a agenda de negócios no Brasil 

Cada vez mais o impacto climático está afetando o mundo dos negócios. Por essa razão, a discussão acerca do tema deixa de ser “ideológica” e passa a entrar para a agenda das empresas no Brasil. É o que pensa Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade da Natura.  “Todos os empresários que têm o bom senso de […]

ver em detalhes
Economia e Negócios

Modernização do Estado é necessária para melhorar a qualidade dos serviços públicos 

Vera Monteiro, professora na FGV, acredita que a Reforma Administrativa precisa ser uma pauta permanente no Brasil

ver em detalhes
Entrevista

Desequilíbrio entre poderes atrapalha efetividade do Estado  

Segundo Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados, a democracia depende de harmonia entre Executivo e Legislativo

ver em detalhes

Quer mais embasamento nas suas discussões? Siga, compartilhe nossos cortes e participe do debate!

assine nossa newsletter

Qualidade jornalística 1X por semana no seu e-mail