Se abrir economia, Brasil elevará imensamente sua importância no mundo
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO

Embora detentor de uma das maiores economias do planeta, o Brasil ainda é um dos países mais fechados ao comércio internacional. Entretanto, se quiser crescer de forma robusta e acelerar a redução da pobreza, é preciso manter a “atitude reformista” e, sobretudo, abrir-se ao mundo, afirma o diretor de Estudos de Países do Departamento de Economia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Álvaro Santos Pereira.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, em parceria com o Columbia Global Centers | Rio de Janeiro e o Center on a Global Economic Governance, ambos braços da Universidade Columbia, em Nova York – fruto do evento Mudança do Papel do Estado: o Brasil na Perspectiva Global –, Pereira diz que a abertura comercial traria benefícios não só econômicos ao País.
“Se o Brasil se abrir, não vai só crescer muito mais, mas vai aumentar a sua importância no mundo de forma avassaladora”, assegura.
Pereira, ex-ministro da Economia e do Emprego de Portugal (2011-2013), diz que, desde a última crise financeira global, em 2008 e 2009, houve um aumento do protecionismo no mundo. Contudo, segundo ele, os países emergentes não seguiram o mesmo caminho.
“Eles perceberam – principalmente a Indonésia e a Índia; um pouco o Brasil – que a única maneira para diminuir a pobreza de forma rápida é se abrindo ao mundo. Se querem exportar mais, é preciso baixar as barreiras”, afirma.
Do ponto de vista histórico, o economista cita que, enquanto o Brasil e a América Latina adotaram o modelo de substituição de importações no século passado – no qual o país passava a produzir internamente um bem que antes era importado –, algumas nações asiáticas abriram a economia e, com isso, se desenvolveram.
“É preciso se voltar às políticas estruturais. Por isso, achamos que baixar exatamente o nível de proteção deveria acontecer. E, também, estimamos que, se o nível de proteção baixar, os que mais vão se beneficiar serão os mais pobres”, indica o diretor da OCDE.
Em 2017, o Brasil solicitou formalmente o ingresso na OCDE, cuja adesão depende de um alinhamento às diretrizes da organização. “Para o Brasil se tornar cada vez mais próspero, com mais riqueza e mais justo, tem que ter esta atitude reformista que vimos nos anos 1990 e, depois, um pouco nos últimos anos. Tem de ser continuada para o bem do Brasil”, assevera Pereira.
Assista na íntegra! Inscreva-se no canal UM BRASIL.
ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Será preciso buscar soluções para amenizar a ausência dos Estados Unidos nos acordos climáticos
O sociólogo Sérgio Abranches comenta os dilemas socioambientais no Brasil e no mundo
ver em detalhes
Insegurança jurídica é obstáculo para desenvolvimento ‘verde’
Brasil pode ser um grande responsável pela segurança energética do mundo, mas esbarra em entraves regulatórios, avalia Adriano Pires, do CBIE
ver em detalhes
Discussão climática ganhou espaço na geopolítica internacional
Izabella Teixeira, conselheira consultiva internacional do Cebri, afirma que o clima é uma agenda de desenvolvimento no mundo todo
ver em detalhes