UM BRASIL UM BRASIL MENU conheça o um brasil
Voltar
ANTERIOR PRÓXIMO
 
Sociedade

Marta Arretche discute a trajetória da desigualdade social no País nos últimos anos

  • COMPARTILHAR
  • GOSTEI
Publicado em: 29 de setembro de 2017

ENTREVISTADOS

“Estudos mundiais mostram que a concentração de renda no topo só cai em situações muito excepcionais, como guerras e epidemias.” A afirmação é da diretora do Centro de Estudos da Metrópole e professora de Ciência Política da USP, Marta Arretche.

Em entrevista ao UM BRASIL, ela comenta a desigualdade social e a influência das políticas públicas municipais e federais para reduzir as diferenças de renda no País. Para Marta, o conceito de desigualdade é amplo e abstrato. Ela explica que, por isso, há duas interpretações para entender como a desigualdade social no Brasil mudou nos últimos anos. A primeira, segundo ela, é a de que a desigualdade está estável.

“Essa abordagem se baseia em estudos que medem quanto o 1% mais rico extrai do conjunto ‘riqueza nacional’. Os dados são muito sólidos em mostrar que a renda do 1% mais rico está estável no Brasil”, destaca. A segunda interpretação, segundo a professora, é a de que a desigualdade no Brasil caiu.

“Essa visão se refere aos outros 99% dos brasileiros. O que tivemos no País, muito acelerado nos governos petistas e em outros, foi uma redução da extrema pobreza, que ocorreu, de fato, a partir da implantação do Bolsa Família, e uma elevação do valor real do salário mínimo, que teve um impacto importante sobre setores menos qualificados do mercado de trabalho”, diz.

“Houve um processo de inclusão importante, que reduziu a desigualdade, embora tenha também ocorrido num contexto em que o 1% mais rico manteve uma parcela importante da riqueza total”, ressalta.

Sobre salários e inflação, Marta Arretche observa que houve uma valorização do salário mínimo nas últimas décadas e uma aproximação entre ele e a média dos salários da Nação. Acerca do papel das economias locais na distribuição de renda, ela avalia que a dinâmica econômica das cidades brasileiras é pouco afetada por aquilo que os municípios fazem, porque as políticas de renda são federais.

“Os municípios têm impacto muito grande nas desigualdades quanto aos serviços, pois têm responsabilidade sobre todas as políticas que têm a ver com o bem-estar dos cidadãos, à exceção da segurança pública: escola, habitação, saúde, distribuição de terras, entre outros”, esclarece. “A autonomia para decidir sobre a política é muito constrangida pela regulação federal, mas o município pode escolher onde vai gastar – se na periferia ou no centro –, e isso afeta muito em termos de desigualdade.”

ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Economia e Negócios

Questão climática: riscos e oportunidades para a agenda de negócios no Brasil 

Cada vez mais o impacto climático está afetando o mundo dos negócios. Por essa razão, a discussão acerca do tema deixa de ser “ideológica” e passa a entrar para a agenda das empresas no Brasil. É o que pensa Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade da Natura.  “Todos os empresários que têm o bom senso de […]

ver em detalhes
Economia e Negócios

Modernização do Estado é necessária para melhorar a qualidade dos serviços públicos 

Vera Monteiro, professora na FGV, acredita que a Reforma Administrativa precisa ser uma pauta permanente no Brasil

ver em detalhes
Entrevista

Desequilíbrio entre poderes atrapalha efetividade do Estado  

Segundo Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados, a democracia depende de harmonia entre Executivo e Legislativo

ver em detalhes

Quer mais embasamento nas suas discussões? Siga, compartilhe nossos cortes e participe do debate!

assine nossa newsletter

Qualidade jornalística 1X por semana no seu e-mail