nov 28, 2024
Cerca de 68% da população do País já relatou algum sentimento de nervosismo, ansiedade e tensão, segundo pesquisa do Instituto Cactus e da AtlasIntel. O agravamento desse quadro pode estar relacionado à dinâmica das redes sociais, à precarização do trabalho, à insegurança econômica e às desigualdades sociais.
Em entrevista realizada pela Revista Problemas Brasileiros e o Canal UM BRASIL — ambas realizações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, o psicanalista Christian Dunker defende que vivemos em uma sociedade ansiosa.
“Temos uma série de problemas que vão confluindo para isso”, explica. Mas adverte que “o cardápio é vasto”. Também estamos convivendo com níveis altos de transtornos do espectro autista e déficit de atenção, por exemplo. “É uma sociedade em que 3 em cada 10 pessoas têm problemas de sono. É muita coisa”, completa.
Dunker também chama a atenção para um boom das generalizações dos transtornos mentais e dos diagnósticos arbitrários. O famoso estresse deu lugar às modalidades ansiógenas, como a ansiedade e o pânico. “Hoje, dizer ‘Eu tenho ansiedade’ é o mesmo que dizer ‘Eu tenho febre’. Pode ser tuberculose, sífilis, pode ser um monte de coisas, mas já serve para dizer que tem algo errado”, destaca.