Produtividade e responsabilidade fiscal, os vetores da modernização do Estado
O Brasil permanece na chamada armadilha da renda média, com baixo crescimento econômico, alta carga de gastos públicos e limitada capacidade de distribuição de renda. Nesse cenário, a economia não é apenas reflexo, mas parte central do problema. Trata-se de um entrave estrutural ao desenvolvimento, cuja superação passa necessariamente por um Estado mais racional, produtivo e comprometido com a responsabilidade fiscal.
Essa é uma das premissas que norteiam a 11ª publicação do UM BRASIL – uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que reúne os principais debates realizados pelo Canal em 2024. O livro analisa os caminhos para modernizar a estrutura estatal e busca respostas concretas para uma gestão pública mais eficiente.
No capítulo econômico, Antonio Lanzana, presidente do Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política da Entidade, apresenta uma análise conjuntural, com projeções para 2025, destacando os principais desafios e os movimentos esperados da política econômica.
Hélio Zylberstajn, professor sênior na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), destaca que a produtividade é um elemento central para a distribuição da riqueza. “Sem produtividade, não há muito o que dividir.”
A avaliação é compartilhada por Samuel Pessôa, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Julius Baer Family Office, que amplia o diagnóstico ao relacionar o tema à estagnação do desenvolvimento nacional: “a baixa produtividade do trabalhador brasileiro representa o principal obstáculo ao desenvolvimento econômico. Somos subdesenvolvidos por causa disso.”
Zylberstajn também destaca a educação como fator de impacto sobre a produtividade e sobre a redução das desigualdades, além de mecanismo de preparação para a transformação digital impulsionada pela Inteligência Artificial (IA).
Outro ponto abordado na publicação é a responsabilidade fiscal. Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren Investimentos, defende a melhoria na composição e na qualidade do gasto público. “Enquanto gastarmos muito, e mal, seguiremos com um crescimento baixo.”
Para Salto, é necessário adotar uma contabilidade pública orientada por um Conselho de Gestão Fiscal, conforme previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, com participação dos entes federativos e do Supremo Tribunal Federal (STF).

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