UM BRASIL UM BRASIL MENU conheça o um brasil
Voltar
ANTERIOR PRÓXIMO
 
Economia e Negócios

“Precisamos usar o digital a favor da democracia”, diz Lucy Bernholz

  • COMPARTILHAR
  • GOSTEI
Guilherme Baroli

ENTREVISTADOS

Embora as ferramentas digitais tenham ampliado o acesso à informação e permitido uma participação política mais efetiva do cidadão, esses sistemas ainda estão concentrados nas mãos de empresas e de governos, de modo que possibilitam controlar as organizações populares, de acordo com Lucy Bernholz, historiadora com Ph.D pela Universidade de Stanford.

Em entrevista ao UM BRASIL, realizada durante a 2ª Semana da Democracia, em setembro de 2016 em Curitiba, em parceria com o Instituto Atuação, a pesquisadora do Centro de Filantropia e Sociedade Civil da Universidade de Stanford diz que os cidadãos precisam entender melhor como funciona o universo digital para usá-lo a favor da democracia.

“O que precisamos para a democracia funcionar são de sistemas digitais que a população possa confiar e possa fiscalizar. A democracia depende da capacidade de fiscalizar o poder. E, agora, nossos sistemas digitais – a banda larga, o Wi-Fi, o celular e os aplicativos, as buscas e tudo mais – são propriedades e monitorados por governos e empresas, mas o cidadão não pode fiscalizá-los”, afirma Lucy.

Segundo ela, da mesma maneira que as ferramentas eletrônicas permitem que as pessoas se organizem com mais facilidade, essas aplicações facilitam o controle por parte de órgãos estatais e companhias privadas. “O que as empresas e os governos podem ter acesso na nossa vida digital precisa também ser acessível a nós”, explica a pesquisadora.

Para Lucy, um exemplo disso é o acesso à informação. Se por um lado há mais meios de comunicação disponíveis na era digital, por outro existem barreiras para chegar a essas notícias.“Se antigamente existiam poucos jornais e poucas emissoras de televisão que realmente controlavam a mídia, agora temos novos controladores. Temos empresas de busca e de redes sociais que são tão poderosas que o controle só passou de um para outro. É um tipo de jogo de gato e rato para estar na liderança. É preciso haver iniciativa popular, mas também é uma questão de regulamentação, uma questão empresarial sobre como vamos assegurar que a internet e a comunicação digital mantenham-se abertas para a democracia”, diz a historiadora.

Outro ponto levantado pela pesquisadora é o fortalecimento da democracia. De acordo com ela, o universo digital não tem capacidade para resolver sozinho os problemas enfrentados pelos sistemas democráticos no mundo. “Não acho que o digital sozinho será uma resposta para um problema eleitoral. Um sistema de eleição depende muito mais do Estado de direito e de ser implementado de forma confiável e livre de corrupção”, afirma.

ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Ciência e Saúde

Pequenas empresas estão comandando inovações em todo o mundo 

Segundo o professor Nicholas Vonortas, grandes negócios só apresentam saídas inovadoras sob forte pressão

ver em detalhes
Entrevista

Venezuela pode superar crise com uma transição pacífica de poder 

Segundo o economista Rafael de la Cruz, as eleições no país ocorreram sem legitimidade e regime de Maduro é insustentável

ver em detalhes
Economia e Negócios

Desafios e oportunidades para o Brasil no mercado global

Segundo Luciano Menezes, CEO do World Trade Center Lisboa, empresas nacionais precisam se internacionalizar

ver em detalhes

quer trazer mais razão para dentro das suas discussões? compartilhe nossos shorts. é informação na medida certa.

assine nossa newsletter

Qualidade jornalística 1X por semana no seu e-mail