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Educação e Cultura

Política de “cancelamento” revela sociedade que não aprende a suportar as diferenças

Publicado em: 8 de abril de 2022

ENTREVISTADOS

MEDIAÇÃO

Renato Galeno

Todos estão muito assustados com a polarização atual na sociedade. As pessoas estão finalizando relações familiares e de amizade em razão da polarização política. Sendo assim, Irmãos, pais, filhos e companheiros de trabalho estão se “cancelando”, afirma Jorge Forbes, psicanalista, psiquiatra, pensador e escritor – em entrevista ao Canal UM BRASIL, uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

“A pessoa que, até ontem, você amava, de repente, faz a defesa de um posicionamento político ao qual tem horror – e, em vez de tentar argumentar com ela, você a ‘cancela’. Amores são cancelados, contribuições de outros são canceladas; mas estão todos apavorados, pois [a tendência é que] ficaremos sozinhos, com saudade, em uma vida empobrecida, por causa da política de ‘cancelamento’”, pondera.

Este processo de “cancelamento” existe porque estamos lendo a época em que vivemos com instrumentos do passado, Forbes analisa. Segundo ele, esta época é de múltiplas opções, em contraponto ao passado, quando algumas opções eram mais importantes do que outras, então, buscava-se convencer o outro e se chegar à aceitação de um acordo, de uma razão maior. “No mundo de hoje, com múltiplas razões, tentamos lidar com essa multiplicidade como se houvesse uma razão maior do que as outras, mas isso não existe”, frisa. “O nosso erro é não gerarmos novos conceitos.”

“Neste momento, não existe uma razão única. Devemos juntar as pessoas em suas diferenças. Um exemplo: quem tem razão, o chofer de táxi quando diz que está sendo lesionado ou o motorista de aplicativo – em sua liberdade de poder alugar o seu veículo? Não dá para dizer se é esse ou aquele. Não há razão superior. A resposta não é definitiva, duas verdades convivem, e você não consegue extrair delas uma posição de consenso. A questão não é como chegar a um acordo, mas como suportar as diferenças”, propõe.

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