“Operação Lava Jato tenta fazer terapia de choque no Brasil”, diz Danilo Limoeiro
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO

Os desdobramentos da Operação Lava Jato devem causar profundas transformações na política e na sociedade brasileira, para o doutorando em ciência política pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Danilo Limoeiro.
“A Operação Lava Jato está tentando fazer um choque externo no sistema político brasileiro para levar a sociedade de um equilíbrio para outro”, afirmou, em entrevista ao UM BRASIL. Segundo Limoeiro, se, por enquanto, os efeitos da investigação são negativos, impactando o sistema político e a economia, os benefícios da operação devem aparecer com o tempo.
“O Brasil está fazendo algo que nenhum outro país na mesma faixa de desenvolvimento está. A terapia de choque de combate à corrupção não é vista na Argentina, no México, na África do Sul. Talvez estejamos dando um passo atrás em um processo doloroso para darmos dois ou três passos à frente em alguns anos”.
Na avaliação de Limoeiro, a Lava Jato pode deixar dois legados: mudar as regras do jogo político e levar a sociedade para mais perto do Judiciário, o mais fechado dentre os três poderes do sistema democrático.
“Mudando as regras do jogo, para conseguir um contrato com a administração pública você não tem que dar uma propina, mas sim uma boa proposta. E quem está julgando essa proposta não tem nenhuma outra expectativa de benefício pessoal”, afirma Limoeiro.
“Nesse processo de transformação da sociedade brasileira, um próximo passo é pôr um pouco mais de luz no Judiciário”.
ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Brasil encontra dificuldade para gerar receita acima dos gastos
Para Silvia Matos, do ‘Boletim Macro IBRE’, País está no negativo há mais de dez anos
ver em detalhes
Brasil e mundo vivem uma nova era geopolítica e tecnológica
De acordo com o cientista político Carlos Melo, a reorganização das forças globais deu origem a uma nova era “pós-Ocidente”
ver em detalhes
Na reforma do Estado brasileiro, foco deve estar no cidadão e no controle de gastos
Segundo Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper, e Felipe Salto, sócio da Warren Investimentos, é preciso superar o modelo federativo, que se esgotou
ver em detalhes