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Economia e Negócios

OCDE pode adaptar o Brasil ao mercado global, defende Rubens Barbosa

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Publicado em: 12 de julho de 2017

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A participação brasileira na OCDE é importante porque a organização é responsável por definir uma série de regras seguidas por todos os países “normais”, defende o ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington, Rubens Barbosa, em entrevista ao UM BRASIL. “O País nesses últimos anos se tornou, então, uma nação ‘não normal’ dentro do contexto internacional”, explica.

A OCDE é a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, atualmente formada por 35 países, entre eles as maiores economias do mundo e as nações emergentes, como México, Chile e Turquia. O Brasil tenta aproximações desde o mandato de Fernando Henrique Cardoso e, posteriormente, com os governos de Lula e Dilma Rousseff. Agora, mais um pedido feito, desta vez pelo governo do presidente Michel Temer.

“O Brasil, desde a década de 1990, vem participando de comitês da OCDE, mas como ouvinte”, explica Barbosa. O diplomata defende que a participação brasileira é importante porque o País está fora da regulamentação mundial de comércio. “A OCDE pode dar apoio para a Nação se torne um país normal, cumprindo as regras internacionais, que fortalecem as empresas e dão credibilidade ao governo”, defende.

Para que o País se torne um investimento cada vez mais interessante, é preciso que esteja ajustado ao resto do mundo. “Essa não é uma questão ideológica ou política, é uma questão de realismo. Para estar ajustado à globalização e crescer dentro dela, é preciso seguir as regras que os outros seguem”, acredita o ex-embaixador.

Sobre os benefícios práticos da entrada do Brasil na OCDE, o entrevistado elenca: a participação como membro pleno – e não mais como ouvinte – dos grupos de trabalho desses organismos internacionais, bem como a credibilidade com as agências de rating e agentes que queiram investir no Brasil. Ele classifica como ideológicas as críticas à participação nacional na entidade e acredita que a questão deve ser analisada objetivamente, pensando no que o País pode ganhar com as mudanças.

Barbosa explica que o processo de entrada na OCDE leva de dois a três anos. “A entrada vai exigir a votação de todos os países. Acho que a aceitação, em princípio, vai ser rápida, mas a aceitação definitiva demora”, diz.

Sobre a influência da instabilidade política brasileira na decisão da OCDE, Barbosa acredita que há um peso relativo, em decorrência do longo processo de aceitação, que pode implicar uma decisão apenas depois das próximas eleições presidenciais. “Em 2018, teremos eleições muito importantes, um divisor de águas, cujo impacto será sentido pelas futuras gerações. Os eleitores vão escolher se querem avançar ou retroceder”, analisa.

Ainda segundo ele, o maior problema da economia brasileira hoje é a perda da competitividade, para disputas no mercado exterior e internamente, por causa do chamado “custo Brasil”. “Boa parte das reformas que estão na nossa agenda hoje tem a ver com a questão da competitividade”, diz Rubens. “Estamos vivendo um momento atípico que deve ser superado depois da eleição, momento em que devem ser feitos os estudos da OCDE em relação ao País.”

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