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Economia e Negócios

O Brasil atual não cabe no PIB

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Jaime Spitzcovsky Entrevistador(a)
Publicado em: 13 de agosto de 2019

“Os interesses no Brasil estão encastelados nos mais pesados dos orçamentos públicos, um orçamento que é trilionário – e isso apenas no plano federal. O Brasil governamental não cabe no PIB.” Essa é a forma como o economista e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Paulo Rabello de Castro caracteriza a situação fiscal do País e os rumos da economia em entrevista ao UM BRASIL, uma iniciativa da FecomercioSP, em parceria com o InfoMoney.

Na conversa, Rabello defendeu reformas que ataquem diretamente o problema fiscal. Para ele, a questão tributária é mais importante neste momento. “A reforma mais urgente é a Tributária, junto de uma agenda fiscal. Não existe apenas a simplificação desejada de tributos. É preciso que haja contenção de despesas, mas o governo está fazendo apenas o mesmo contingenciamento convencional de administrações passadas”, critica.

Rabello não prevê uma retomada da economia mais vigorosa para o curto prazo. O economista se refere à situação atual do País como uma recessão de crescimento, que não chega a ser tecnicamente negativo – de uma recessão explícita –, mas, de acordo com ele, é uma recessão do próprio crescimento econômico. Ele também fala sobre a queda na renda per capita, o desemprego e a subutilização da mão de obra.

Outro destaque na entrevista foi o papel do BNDES para o desenvolvimento nacional e as atuais escolhas governamentais quanto às responsabilidades econômicas da instituição. Segundo ele, o BNDES é um dos bancos mais bem-sucedidos do mundo em termos de lucratividade. “O banco paga dividendos para o governo todos os anos, entre 90% e 100%. Do superávit fiscal total acumulado de 2006 para cá no País, quase 40% vieram do BNDES”.

Rabello enfatiza que os esforços governamentais deveriam focar na reestruturação do banco. Ele ressalta ainda que o desenvolvimento local dos Estados depende dos instrumentos do BNDES, para que não fiquem sujeitos apenas a recursos de poucas instituições privadas ou estrangeiras.

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