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Internacional

Mesmo que haja turbulência, Brasil seguirá atraente para investimentos

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Jaime Spitzcovsky Entrevistador(a)
Publicado em: 20 de dezembro de 2019

Embora as recentes convulsões sociais em países da América do Sul – como no Chile, na Argentina e na Colômbia, além das crises política e econômica na Venezuela – alimentem o receio de contágio, o Brasil, ainda que venha a enfrentar alguma turbulência, conta com respaldo internacional em função da maneira que tem conduzido a economia, avalia o jornalista e analista internacional Lourival Sant’Anna.

Em entrevista ao UM BRASIL – uma realização da FecomercioSP –, o repórter, cuja carreira abrange coberturas em mais de 70 países, distingue os problemas enfrentados pelas nações sul-americanas, ressaltando que os recentes fatos decorreram de particularidades de cada país do continente. Sant’Anna complementa dizendo que, apesar de o País não estar livre, eventuais situações semelhantes devem ter impacto modesto na economia.

“Chile, Peru, Colômbia e o próprio Brasil, na minha opinião, serão mais atraentes para os investimentos. Mesmo que haja manifestações, há uma certa credibilidade e confiabilidade das equipes econômicas”, afirma o jornalista.

De todo modo, o analista salienta a importância de o Brasil manter uma postura diplomática cordial como forma de preservar as relações econômicas. “Para o interesse nacional, é importante não queimar pontes. Isso é fundamental, manter os carnais abertos. E o Brasil tem essa tradição, que tem uma utilidade para as potências – que, às vezes, não têm condições de se manterem em cima do muro”, analisa.

Nesse sentido, Sant’Anna diz que o País deve evitar firmar uma aliança estratégica com a China ou os Estados Unidos, porque é “impossível manter as duas, é uma ou outra”. Na visão do jornalista, esses dois países travam “a disputa do século” e, até o momento, vê com otimismo o fato de estar acontecendo no campo comercial.

Por isso, reitera a relevância da política externa brasileira. “É importante [para as potências] ter um aliado que mantém um canal aberto com o inimigo, porque você pode mandar recados, pode especular, pode sondar. E isso tem um valor, é parte do nosso ativo internacional, do nosso poder brando, soft power”, diz o jornalista.

De acordo com Sant’Anna, a postura brasileira na política externa “é ambivalente, fica pendulando entre a euforia e a depressão”, de modo que papel do País na política internacional não deveria ficar à mercê de governos, mas ter uma diretriz de Estado.

“O Brasil tem de ter uma presença global que não significa sair por aí se propondo a tentar resolver os problemas do mundo, mas exercer uma liderança na América Latina, isso deveria ser incontestável”, afirma. “A questão ambiental é muito importante para o poder brando, para a influência e para a projeção do Brasil no mundo. Ele tem de ser protagonista, é dono da Amazônia”, complementa.

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