‘Manicômio tributário’ não se resolve sem a reforma da máquina pública
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO

Clique no player e assista à entrevista!
Há décadas em busca de uma nova formulação do sistema tributário, ainda não está claro ao País qual será o desenho a ser adotado na eventual reforma que se promete realizar ainda em 2023, mas já é crescente o receio de que piore o que já se tem hoje, o que seria um cenário problemático para as empresas.
“O manicômio tributário não se resolve sem a reforma da máquina pública, que não se trata apenas de uma modernização administrativa, mas uma rumo à eficiência. Estaremos ‘enxugando gelo’ em qualquer Reforma Tributária se tivermos que correr atrás de despesas que se aceleram e se expandem acima do PIB — e a despesa pública, hoje, não cabe no PIB”, alerta Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES e do IBGE, em entrevista ao Canal UM BRASIL – uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
[veja_tambem]
“Para um governo que quer só manter a carga, promete-se que não haverá nenhuma avaliação do controle do gasto. E com uma alíquota apenas, cometeremos fortíssimas injustiças. Há alíquotas de 5%, de 12%, de produtos que chegam nos supermercados a 15%, de 21% etc. Ao se fazer convergir alíquotas diferenciadas, nivelando-as para cima, e depois prometer uma devolução, esse é um purismo estúpido”, defende o economista.
Na entrevista, Castro também fala sobre Estados e municípios. “Prefeitos e prefeitas ficam temerosos de perder o controle dos atuais mecanismos de tributação. O serviço é extremamente importante, uma área que cresce a cada dia. É certo que precisamos unificar gradualmente essas bases, mas não adianta querer fazer tudo ao mesmo tempo. Temos de respeitar a base tributária municipal”, conclui.
ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Brasil encontra dificuldade para gerar receita acima dos gastos
Para Silvia Matos, do ‘Boletim Macro IBRE’, País está no negativo há mais de dez anos
ver em detalhes
Brasil e mundo vivem uma nova era geopolítica e tecnológica
De acordo com o cientista político Carlos Melo, a reorganização das forças globais deu origem a uma nova era “pós-Ocidente”
ver em detalhes
Na reforma do Estado brasileiro, foco deve estar no cidadão e no controle de gastos
Segundo Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper, e Felipe Salto, sócio da Warren Investimentos, é preciso superar o modelo federativo, que se esgotou
ver em detalhes