“Brasil não será tão afetado por políticas protecionistas”, diz Luiz Pinto
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A agenda de políticas protecionistas que deve ser adotada pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump e, possivelmente, por outros países cria um cenário de incerteza no comércio internacional, mas o Brasil deve ser um dos países menos afetado nesse contexto. É o que diz o professor visitante da Qatar University e diretor-executivo do BRICS Overseas, Luiz Pinto.
Em entrevista ao UM BRASIL, em parceria com a Columbia Global Centers | Rio de Janeiro, braço da Universidade de Columbia, em Nova York, ele diz que o pior que pode surgir desse cenário de incerteza é uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o que deve impactar os países emergentes.
“O que veremos será muita divergência e como isso vai afetar os países emergentes. Evidentemente que se for um problema muito sério, todos vão ser afetados de forma negativa, mas alguns muito mais negativamente do que outros”, diz Pinto.
De acordo com ele, entre as economias emergentes, o Brasil é o que deve ser menos impactado por eventuais mudanças nas políticas comerciais internacionais. “Uma razão muito simples: o Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo e, portanto, o País não é tão vulnerável como o México e países asiáticos que estão muito mais integrados nas cadeias globais de valor”, afirma.
Contudo, o diretor-executivo do BRICS Overseas afirma que as políticas protecionistas podem ser mais um agravante para o País conseguir ser bem-sucedido em suas reformas estruturais. “O Brasil, agora nesse período de reformas, vai ter de lidar com essa incerteza e vai ter que traçar uma estratégia muito mais elaborada para conseguir reformar, por exemplo, o sistema de financiamento de longo prazo e abrir certos setores da economia para investimentos estrangeiros”, ressalta.
Na entrevista, Luiz Pinto também comenta o papel do banco dos BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e a reformulação do modelo de crescimento desses países.
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