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Sociedade

Brasil é o país mais racista do mundo

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Publicado em: 9 de março de 2017

ENTREVISTADOS

O país que possui a segunda maior população negra do mundo, somente atrás da Nigéria, deveria ter protagonistas negros nos desenhos animados, nas novelas, em cargos de liderança e na política, mas não é o que ocorre no Brasil. Em função disso, Alexandra Loras, mestre em Gestão de Mídia pela Sciences Po, diz que o “Brasil é o país mais racista do mundo”.

Em entrevista ao UM BRASIL, a ex-consulesa da França, que já visitou 50 países e viveu em oito, diz que o racismo no Brasil é mais forte do que em outras nações porque aqui o negro faz parte de uma maioria tratada como minoria. “Precisamos ver essa realidade, não só carnaval. Entrar em uma loja de brinquedos e ver que há só duas bonecas negras no meio de milhares de brinquedos, esse não é um racismo velado, é um racismo frontal, agressivo e institucional”, diz Alexandra.

“O branco de hoje não é responsável pelo que aconteceu durante a escravidão, mas somos todos responsáveis para reequilibrar o que vamos contar para nossas crianças hoje e amanhã”, completa. De acordo com Alexandra, uma maneira de tornar a diversidade da sociedade mais representativa é através do sistema de cotas, uma vez que esse processo pode ser acelerado. Sem as cotas, o País pode levar 200 anos para equilibrar a presença das etnias em sua sociedade.

“Hoje, precisamos mesmo entender que a diversidade é uma riqueza, e não uma tragédia. Talvez as cotas sejam a pior solução, mas, infelizmente, é a única solução. Se olharmos os Estados Unidos, em 30 anos de cotas reequilibraram a presença dos negros e tiveram um presidente negro e a mulher mais rica do país hoje é negra”, diz a ex-consulesa da França.

Para Alexandra, a discriminação que atinge as mulheres tem raízes semelhantes ao preconceito racial. A sociedade se acostuma a estereótipos e os perpetua, entre outros pontos, por meio da mídia. “É uma inferiorização subliminar através das novelas, dos desenhos animados, de toda a narrativa dentro dos brinquedos. Lá no início é onde precisamos olhar, na raiz. Meu filho, com quatro anos e meio, já está cheio de preconceitos, cheio de coisas de que ‘isso é para menino’, ‘isso é para menina’.”

Na entrevista, Alexandra também comenta por que escolheu viver no Brasil, a separação que os brasileiros fazem entre as culturas europeia e africana e o papel da mulher na sociedade.

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