Crer que equilíbrio fiscal faz o País crescer é um pensamento mágico
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO
Se há 30 anos a economia brasileira era marcada por uma total irresponsabilidade fiscal, passou a conviver com uma obsessão pelo extremo oposto, em que tudo se resume ao orçamento equilibrado, de modo que não se discute mais o que o País precisa fazer para se desenvolver, mas apenas de onde virão os eventuais recursos. Essa é uma das críticas do economista André Lara Resende ao que ele chama de “dogmatismo fiscalista”, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP.
“Como é que vamos fazer o País daqui a dez anos, essa discussão não existe. A única discussão que se faz é se equilibramos o orçamento ou não, onde vamos cortar [gastos públicos]. Como se fosse uma coisa mágica, desde que a gente equilibre o orçamento fiscal, os investimentos aparecerão e o País vai crescer. Claramente isso não é verdade. Isso é um pensamento mágico”, afirma.
Resende, conhecido por ser um dos idealizadores do Plano Real, crítica conceitos dados como verdadeiros em economia, tais como emitir moeda causa inflação e estabilizar a dívida pública aumenta a confiança dos investidores. “Se pode emitir base monetária para salvar o sistema financeiro [como na crise de 2008, sem gerar inflação], por que não pode emitir para dar renda complementar em uma situação dramática de pandemia como essa?”, questiona o economista.
Assista a entrevista na íntegra! Inscreva-se no canal UM BRASIL.
ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Discussão climática ganhou espaço na geopolítica internacional
Izabella Teixeira, conselheira consultiva internacional do Cebri, afirma que o clima é uma agenda de desenvolvimento no mundo todo
ver em detalhes
Para transformar a realidade brasileira, é preciso transformar o Estado
Em debate promovido pelo UM BRASIL e Movimento Pessoas à Frente, especialistas discutem os impasses da agenda da Reforma Administrativa no País
ver em detalhes
Transição energética precisa ser viável economicamente
Pragmatismo é necessário para transformar modelo brasileiro de energia e atrair investidores, opina Rafaela Guedes, ‘senior fellow’ do Cebri
ver em detalhes