Perseguição a pensamento contraditório devora direita, esquerda e centro
ENTREVISTADOS
Comum no espaço digital, a perseguição a ideias, opiniões e concepções de mundo contrastantes ameaça amordaçar a imprensa e, até mesmo, a convivência das pessoas no ambiente de trabalho. Há anos trabalhando com produção de conteúdo, o palestrante Luciano Pires, apresentador do podcast Café Brasil, teme que a “pobreza cultural” e a agressividade despejada sobre o pensamento contraditório cerceiem o debate no País.
“O pessoal começou a perceber que esse monstro [da perseguição de ideias] que foi construído devora todo mundo – come a direita, come a esquerda, come o meio e, se não tomar cuidado, entraremos em um processo de autocensura, que, para conversar com você, terei de pensar dez vezes, porque não sei o que posso dizer que não me comprometa”, reflete, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP. “É o pior dos mundos quando as ideias não são mais debatidas: não diga quem você é, não diga o que pensa, não fale em quem vai votar”, frisa.
Com experiência em empreendedorismo digital, Pires diz que “estamos em meio a uma revolução da mídia” e que, hoje, lidamos com críticas e boicotes do público conforme o que é escrito ou dito. “Hoje em dia, no Brasil, tem palavras que derrubam disjuntores. Se você disser a palavra, o disjuntor cai. Se eu chegar aqui e disser ‘Bolsonaro’, cai o disjuntor. Tudo o que vier na sequência não interessa mais. Parou ali. (…) Não sei como seria um Fernando Pessoa hoje em dia, publicando um texto e tendo 40 pessoas em cinco minutos vindo para cima dele”, ressalta.
Assista à entrevista na íntegra! Inscreva-se no canal UM BRASIL.
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