UM BRASIL UM BRASIL MENU conheça o um brasil
Voltar
ANTERIOR PRÓXIMO
 
Economia e Negócios

“Precisamos usar o digital a favor da democracia”, diz Lucy Bernholz

Publicado em: 8 de novembro de 2016

ENTREVISTADOS

MEDIAÇÃO

Guilherme Baroli

Embora as ferramentas digitais tenham ampliado o acesso à informação e permitido uma participação política mais efetiva do cidadão, esses sistemas ainda estão concentrados nas mãos de empresas e de governos, de modo que possibilitam controlar as organizações populares, de acordo com Lucy Bernholz, historiadora com Ph.D pela Universidade de Stanford.

Em entrevista ao UM BRASIL, realizada durante a 2ª Semana da Democracia, em setembro de 2016 em Curitiba, em parceria com o Instituto Atuação, a pesquisadora do Centro de Filantropia e Sociedade Civil da Universidade de Stanford diz que os cidadãos precisam entender melhor como funciona o universo digital para usá-lo a favor da democracia.

“O que precisamos para a democracia funcionar são de sistemas digitais que a população possa confiar e possa fiscalizar. A democracia depende da capacidade de fiscalizar o poder. E, agora, nossos sistemas digitais – a banda larga, o Wi-Fi, o celular e os aplicativos, as buscas e tudo mais – são propriedades e monitorados por governos e empresas, mas o cidadão não pode fiscalizá-los”, afirma Lucy.

Segundo ela, da mesma maneira que as ferramentas eletrônicas permitem que as pessoas se organizem com mais facilidade, essas aplicações facilitam o controle por parte de órgãos estatais e companhias privadas. “O que as empresas e os governos podem ter acesso na nossa vida digital precisa também ser acessível a nós”, explica a pesquisadora.

Para Lucy, um exemplo disso é o acesso à informação. Se por um lado há mais meios de comunicação disponíveis na era digital, por outro existem barreiras para chegar a essas notícias.“Se antigamente existiam poucos jornais e poucas emissoras de televisão que realmente controlavam a mídia, agora temos novos controladores. Temos empresas de busca e de redes sociais que são tão poderosas que o controle só passou de um para outro. É um tipo de jogo de gato e rato para estar na liderança. É preciso haver iniciativa popular, mas também é uma questão de regulamentação, uma questão empresarial sobre como vamos assegurar que a internet e a comunicação digital mantenham-se abertas para a democracia”, diz a historiadora.

Outro ponto levantado pela pesquisadora é o fortalecimento da democracia. De acordo com ela, o universo digital não tem capacidade para resolver sozinho os problemas enfrentados pelos sistemas democráticos no mundo. “Não acho que o digital sozinho será uma resposta para um problema eleitoral. Um sistema de eleição depende muito mais do Estado de direito e de ser implementado de forma confiável e livre de corrupção”, afirma.

ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Economia e Negócios

A Amazônia brasileira é um celeiro de soluções e empresas inovadoras

Ilana Minev, presidente do Conselho de Administração da Bemol, fala sobre as oportunidades de empreendedorismo no Norte do País

ver em detalhes
Sociedade

A crise climática virou um problema da comunicação 

Em evento realizado na Casa Balaio, em Belém, especialistas falam sobre como usar narrativas de impacto para engajar a sociedade

ver em detalhes
Economia e Negócios

Estratégias empresariais para um futuro sustentável no Brasil 

Em evento realizado na Casa Balaio, em Belém, especialistas debatem soluções para os grandes desafios climáticos do País

ver em detalhes

Quer mais embasamento nas suas discussões? Siga, compartilhe nossos cortes e participe do debate!

Acompanhe nossos posts no LinkedIn e fique por dentro
das ideias que estão moldando o debate público.