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Política

Avanço contra corrupção gera reação do sistema

Publicado em: 2 de outubro de 2018

MEDIAÇÃO

A Operação Lava Jato apresentou um diagnóstico da profundidade da corrupção no Brasil. Contudo, a ação é um ponto fora da curva e, para que o combate a desvios não se perca, o País precisa amadurecer um tratamento que envolve fazer reformas que vão além de simplesmente punir quem efetivamente praticou um ato ilícito. É o que diz o procurador do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador da força-tarefa da operação, Deltan Dallagnol.

Ao lado do procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, Dallagnol reforça a necessidade de o País institucionalizar o combate à corrupção para que os efeitos da Lava Jato perdurem.

“Precisamos fazer com que esse furacão que rompeu a impunidade dos circos de poder se institucionalize como rompimento permanente da impunidade aos poderosos. Precisamos, ainda, de reformas nos sistemas empresarial e político para que as condições que hoje favorecem a corrupção passem a desfavorecê-la”, afirma em entrevista a Guilherme Baroli, realizada pelo UM BRASIL em parceria com a Expert XP 2018.

De acordo com Carlos Lima, as operações contra a corrupção postas em prática são exceções na história do País. “A história do Brasil é a da impunidade. Nós temos um sistema judicial que não funciona para punir poderosos, especialmente colarinho branco, que inclui corrupção”, afirma.

Lima ressalta que, para fortalecer o combate à corrupção, o sistema de Justiça criminal precisa ser revisto. “Não se trata só de prisões, mas de um sistema que leve a sentenças e à possibilidade de a pessoa vir a ser presa pela condenação em segundo grau, como está acontecendo na Lava Jato. Muito mais importante do que penas altas é a certeza da condenação”, reforça o procurador da República.

Dallagnol reconhece que a Lava Jato não é uma operação perfeita e, por isso, há o que aprender com as críticas. No entanto, destaca que boa parte das avaliações negativas feitas à operação estão relacionadas a grupos que não têm interesse na prosperidade da investigação.

“Onde quer que se avance contra a corrupção, em qualquer lugar do mundo, existe uma reação do sistema, e essa reação inclui a criação de narrativas, como de supostos abusos de autoridade, de suposta perseguição política. Essas narrativas são parte da reação e nós precisamos, por isso, intensificar a nossa comunicação com a sociedade para que possamos prestar as informações de modo direto e manter a credibilidade, que é essencial para a sobrevivência da operação”, enfatiza o procurador do MPF.

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