UM BRASIL UM BRASIL MENU conheça o um brasil
Voltar
ANTERIOR PRÓXIMO
 
Política

“Estar ao lado de Temer, hoje, é uma coisa; daqui a um ano, será outra”, defende Rubens Figueiredo

Publicado em: 18 de agosto de 2017

ENTREVISTADOS

MEDIAÇÃO

Existe uma ideia ingênua no Brasil de que é possível substituir a classe política de forma imediata para, assim, solucionar os problemas da Nação nesse âmbito, afirma o cientista político Rubens Figueiredo. Em entrevista ao UM BRASIL, ele diz que isso não aconteceu em nenhum lugar do mundo, tampouco deve acontecer aqui.

“A gente tem de ter bom senso para apoiar a Operação Lava Jato e reformar nossas instituições políticas, o que não é fácil”, defende. “Nossa opinião pública passou por momentos muito ruins, o eleitor brasileiro está azedo”, analisa o entrevistado. Segundo ele, em 2013 as pessoas foram às ruas expor uma insatisfação, basicamente, com a representação política.

“Os políticos eram o grande alvo daquela manifestação. Quando aparecia uma bandeira de algum partido, o portador dessa bandeira corria o risco de ser linchado”, recorda. Os fatos políticos que seguiram contribuíram para o distanciamento entre cidadãos e política, ainda de acordo com Figueiredo. “Depois disso, o Brasil elegeu Dilma Rousseff, que propôs um projeto e fez exatamente o contrário quando assumiu. Em seguida, o impeachment, e o governo de Michel Temer com as delações do Joesley Batista. Isso gera um estímulo político muito ruim, um clima de profunda descrença nas instituições”, argumenta.

Ele pondera que ainda assim é possível fazer ressalvas sobre o governo do presidente Michel Temer. “É um governo extremamente impopular e forte, isso não é comum. A força desse governo não deriva da opinião pública, ela advém da capacidade que o presidente tem de montar uma grande coligação no Congresso Nacional”, explica.

“[Os ex-presidentes] Lula, com 82% de aprovação, e Fernando Henrique Cardoso, logo depois de implementar o Plano Real, não foram capazes de montar uma base no Congresso tão ampla.” Sobre as campanhas eleitorais e seu caráter que poderia ser propositivo, trazendo mais propostas para o debate, ele afirma que se a lei não limitar o uso da comunicação e da publicidade, os marqueteiros responsáveis vão usar os melhores instrumentos que têm à disposição para convencer o eleitor que seu candidato é o melhor.

“Para um eleitorado muito pouco escolarizado, isso tem um efeito grande. O Brasil passou, nos dois governos do ex-presidente Lula, por um período de euforia, e a memória daquele período é bem recente”, explica.

ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Política

A democracia não está em crise, mas em transformação

Jurista Vitalino Canas fala sobre os rumos dos sistemas de governo no Brasil e no mundo, além da necessidade de regular as plataformas digitais

ver em detalhes
Economia e Negócios

Brasil precisa de pacto político para elevar patamares de crescimento

O economista Ricardo Sennes e Sandra Rios, ‘senior fellow’ do Cebri, debatem os desafios da abertura comercial em tempos de protecionismo

ver em detalhes
Economia e Negócios

Transição energética pode levar décadas e deve ser financiada com a renda do petróleo

Acadêmico Rodrigo Tavares defende que o Brasil use as receitas da exploração dos fósseis para custear a descarbonização

ver em detalhes

Quer mais embasamento nas suas discussões? Siga, compartilhe nossos cortes e participe do debate!

Acompanhe nossos posts no LinkedIn e fique por dentro
das ideias que estão moldando o debate público.