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Educação e Cultura

“Torto arado” retrata violência, herança da escravidão e extrema vulnerabilidade no cotidiano

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Joyce Ribeiro Entrevistador(a)
Publicado em: 15 de outubro de 2021

Para o geógrafo e premiado escritor brasileiro Itamar Vieira Junior, a literatura é um terreno fértil de liberdade que permite tanto ao leitor quanto ao escritor se reinventarem e se deslocarem para o lugar do outro.

Em entrevista, comandada pela jornalista Joyce Ribeiro, ao UM BRASIL, uma realização FecomercioSP, o autor do romance Torto arado ­– ganhador do Prêmio LeYa de 2018 (Portugal), do Prêmio Jabuti de 2020 e do Prêmio Oceanos de 2020 – explica que a literatura nos dá um ângulo muito diferente da história factual, ao passo que também se enriquece nos contextos sociais e políticos, recriando a realidade baseada em um ponto de vista singular que aproxima a história da vida comum por meio de sentimentos universais, tais como o sofrimento, o medo e a alegria.

Mais especificamente em Torto arado, ele conta a história de duas irmãs que vivem em um contexto de violência e extrema vulnerabilidade no campo, em meio a um cenário atravessado por problemas estruturais que, como acentua, ainda torturam o País. Como resultado, o livro tem atraído atenção internacional em premiações, em razão da qualidade narrativa. 

Na entrevista, Vieira Junior ainda pontua que sua experiência como servidor público, trabalhando com populações do campo na Bahia e no Maranhão, é a base para a obra. “Este livro se transformou de uma maneira muito positiva, pois eu trouxe, além das minhas memórias, minha vivência nestes ambientes, aprendendo como se cultiva, as coisas importantes para as famílias que estão no campo, os conflitos e as lutas”, explica. “Por isso, a história ganhou uma densidade que não teria sem esta experiência.”

“Quando cheguei no campo, fiquei assustado ao encontrar pessoas que trabalhavam e não recebiam nada em troca. Eu me debrucei sobre isso, sobre o passado daquelas pessoas, e tudo isso foi confluindo para o mesmo lugar: uma herança muito forte da escravidão, que permanece de muitas formas na nossa sociedade”, pontua. “Eu encontrei pessoas que viviam, de alguma forma, escravizadas. Foi um choque. É como se o tempo, em alguns lugares do País, não tivesse passado”, pondera.

Assista à entrevista na íntegra e se inscreva no Canal UM BRASIL, no YouTube.

Foto: Adenor Gondim

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