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Sociedade precisa se preparar para a Inteligência Artificial incorporada em toda atividade produtiva

DEBATEDORES | Henrique Vaz Daniel Cassiano

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A substituição da mão de obra laboral pela Inteligência Artificial (IA) não é uma discussão completa no que diz respeito ao futuro do trabalho. Como o uso da ferramenta é um caminho sem volta para os negócios, as empresas precisam preparar os líderes que vão comandar a transformação atual e treinar os empregados com habilidades que lhes permitam ser mais produtivos. Já a sociedade tem a tarefa de capacitar as pessoas que conviverão com tecnologias que, apesar de ainda não existirem, estarão fincadas em toda e qualquer atividade produtiva.

“Ainda que a realidade, hoje, não seja essa, o uso da IA não vai ser restrito somente aos times de tecnologia. Ainda não está claro exatamente como devemos preparar os profissionais para lidar com a ideia de ter a IA sempre ao seu lado. Contudo, o conceito de se ter assistentes inteligentes trabalhando em conjunto é algo que já está próximo. O impacto disso, dentro da fábrica, por exemplo, é que o trabalhador se tornará muito mais produtivo, desempenhando as tarefas manuais mais rapidamente”, pondera Daniel Cassiano, diretor de Dados para América do Sul da  Ambev.

Cassiano participou de um debate ao lado de Henrique Vaz, gerente-geral da Wildlife Studios, promovido pelo Canal  UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, em parceria com a BRASA em Casa, a maior associação de brasileiros estudantes no exterior.

Na conversa, Vaz pondera que, especificamente na Wildlife, a estratégia está dividida em duas partes: o uso da IA com técnicas e tecnologias aplicadas à resolução de problemas, e a sua aplicação ferramental, isto é, tornar as pessoas mais produtivas e, também, testar ferramentas novas. “Ainda assim, quando falamos em IA como solução para resolver problemas, tomamos o cuidado de não adotar tudo o que temos disponível. Para a maior parte dos problemas, os recursos mais básicos já trazem a solução. O que temos feito é, para desafios mais complexos, contar com um cientista de dados mais experiente focado em entender como essas tecnologias funcionam e como podem ser aplicadas no nosso contexto”, argumenta. 

Uso da IA é debate mais complexo do que a proteção de dados

No que tange à regulamentação do mercado de tecnologia, há duas discussões que, apesar de se cruzarem, seguem caminhos distintos. Por um lado, os governos avançam sobre as formas como as empresas utilizam os dados de consumidores e a privacidade — e o Brasil está avançado nisso, considerando que já assegura o direito à proteção de dados na Constituição. Por outro, há todo um ambiente ainda não mapeado em torno da regulamentação da tecnologia.

“Esta última discussão é muito mais sobre como os modelos empresariais podem se comportar, como lidar com os vieses que podem ser introduzidos, quais garantias e padrões devem estar relacionados a esses vieses etc. Isso é diferente da discussão sobre como o negócio utiliza os dados, pois ninguém ainda sabe para onde vai ou entende o quanto o mundo pode mudar”, destaca Vaz.

Cassiano, por sua vez, explica que ainda estamos “engatinhando” quanto aos limites do uso da tecnologia em alguns aspectos da vida. “A questão do que se pode fazer em relação à força automatizada com robôs para alcançar as pessoas digitalmente é um desses pontos [ainda nebulosos]. A sociedade, como um todo, ainda não sabe organizar bem essa conversa e esses limites, pois as coisas estão avançando muito rápido. A discussão em torno de um tema é ‘atropelada’ por outras mudanças que estão vários passos à frente, enquanto nós estamos vários para trás”, defende.

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