Sempre existiu corrupção no Brasil. Uma das justificativas para o golpe militar de 1964, por exemplo, foi a necessidade de combater, de um lado, o comunismo e, de outro, a corrupção”.
A afirmação é de Matthew Taylor, professor de Ciências Políticas da American University e um dos entrevistados da série “Pensando o Brasil”, gravada pelo UM BRASIL nos Estados Unidos, no início do ano.
Taylor aponta “uma melhora paulatina e considerável ao longo dos últimos 30 anos” quanto à questão da corrupção, mas alerta para a morosidade do Judiciário. “Houve um fortalecimento, principalmente no âmbito federal, de muitas agências, instituições e da lei, mas tudo acaba enfrentando o problema da morosidade”, afirma.
O especialista cita como exemplo o tempo de julgamento do mensalão, de oito anos (de 2005 a 2013). “Se tomarmos como base o trâmite do mensalão, que pode até ser considerado rápido para a média brasileira, o escândalo atual da Petrobras deverá ter uma decisão final somente em 2022”, avalia.
Ele faz uma comparação com os Estados Unidos, onde, passados dois anos do escândalo que derrubou o presidente Nixon, os envolvidos já haviam sido condenados. A TV Folha exibe até junho uma série com 13 entrevistas, que constam do documentário “Pensando o Brasil”.