Produtividade e empoderamento: indústria 4.0 precisa ser “traduzida” para quem está na linha de frente das fábricas
ENTREVISTADOS
“Não adianta falar em indústria 4.0 sem destrinchar o que isso significa de fato para quem está na linha de frente das fábricas. ‘Falar a mesma língua’ é permitir o empoderamento. Mais do que para gestores e diretores, as soluções industriais precisam funcionar para as pessoas da operação.” A afirmação é de Igor Marinelli, fundador e coCEO da TRACTIAN, startup que tem como objetivo descomplicar a manutenção “preventiva” e sinalizar quando máquinas industriais estão prestes a falhar, com base nos padrões sonoros e vibrações que emitem.
Segundo Marinelli, haverá um crescimento industrial nos próximos anos, inclusive da área de manutenção, e é preciso repensar o perfil de quem trabalha no segmento: este profissional não é aquele que “aperta parafuso” somente, mas alguém que vai gastar 90% do tempo analisando dados e máquinas, tomando decisões e organizando rotinas.
Marinelli explica que a profissão de “manutentor” é uma das que mais crescem em demanda industrial, principalmente em um ambiente em que há mais automação e robotização, o que requer um olhar atento do funcionamento de motores e geradores.
“Atualmente, há, no Brasil, mais de 450 mil plantas industriais. As pequenas e médias indústrias movem o PIB [Produto Interno Bruto] do País, representando mais de 80% do total”, sinaliza, explicando que a TRACTIAN foca em treinar e capacitar o pequeno e o médio, com cursos para técnicos e a meta de empoderá-los a fim de tomar decisões.
A entrevista faz parte da série UM BRASIL e BRASA EuroLeads – um novo olhar sobre o Brasil, com apoio da Revista Problemas Brasileiros (PB) e realização da FecomercioSP.
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