Para especialistas, é preciso resgatar o princípio da responsabilidade fiscal
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Depois de 24 anos, a palavra impeachment voltou a fazer parte do vocabulário dos brasileiros. Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, acredita que uma possível substituição da presidente Dilma Rousseff pelo vice, Michel Temer, traz um ponto de luz e esperança aos brasileiros. “Com novas perspectivas, é possível discutir soluções”. Sergio Lazzarini, professor titular de Organização e Estratégia do Insper, diz que falta credibilidade ao governo para fazer as mudanças necessárias. “A base política do Partido dos Trabalhadores (PT) é contra a agenda reformista. Há excesso de gastos e falta vontade de mudar”. Em entrevista ao UM BRASIL, os especialistas falaram sobre as medidas urgentes que deverão ser tomadas para o País voltar a crescer. Para Lazzarini, a reforma previdenciária é fundamental, enquanto Melo defende uma possível volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). “É preciso resgatar o princípio da responsabilidade fiscal. Talvez o maior problema de excesso de gastos esteja nos estados e municípios. Governadores e prefeitos devem rever suas contas, renegociar. O colapso fiscal não está apenas na União”, frisa Melo. Uma das tarefas essenciais para o novo líder será o debate das atuais políticas junto à população. “É preciso mostrar os impactos das medidas e apontar o que não cabe mais no orçamento. Uma das formas de fazer isso é utilizar pesquisas que comprovem ineficiências”, diz Lazzarini.
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