Maior violador da liberdade econômica das pessoas é o governo
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO
O Brasil ocupa uma baixa posição no ranking do principal índice de liberdade econômica: o World Economic Freedom Index do Fraser Institute. A pesquisa, que avalia 159 países – com exceções da Coreia do Norte e de Cuba –, tem a Venezuela no pior lugar, com 3,5 de 10 pontos. O Brasil tem aproximadamente 5 pontos e, historicamente, aparece entre os países com resultado negativo.
“Praticamente o mundo todo se moveu na direção de menos impostos, mais privatizações, negócios livres, e o Brasil fez muito pouco disso”, relata o diretor do O’Neil Center for Global Markets and Freedom, Robert Lawson, em entrevista ao UM BRASIL, resultado de uma parceria do canal com o Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE).
Na conversa com Thais Herédia, o economista explica o conceito de liberdade econômica como a liberdade dos cidadãos de gerir a própria vida econômica sem a interferência de outras pessoas e do governo.
“O maior violador da liberdade econômica das pessoas é o governo. Você e eu fazemos um negócio: eu lhe dou US$ 1 ou R$ 1 por um produto, e o governo vem e diz: ‘Vinte por cento disso agora é meu’. Ele está interferindo na nossa habilidade de fazer uma troca livremente quando cobra impostos”, exemplifica.
Lawson diz que ações do governo podem melhorar a vida das pessoas, como a construção de estradas e a estruturação da polícia. Ele entende que manter esses serviços exige a cobrança de imposto, mas enxerga que o exagero pode prejudicar a população. “Quando o governo cobra impostos demais, quando faz regulações demais, ele pode tornar nossas vidas piores.”
O especialista aponta Hong Kong como o local mais livre do mundo economicamente. Uma das evidências para a afirmação de Lawson é que em Hong Kong se leva um dia para abrir uma empresa, segundo estimativa do Banco Mundial.
“É um país em si mesmo. Eu sei que é parte da China, mas eles têm moeda própria, PIB e tudo o mais, então, é a economia mais livre. Eles têm uma taxa máxima de impostos de 15%, essa é a maior taxa, que até as pessoas ricas pagam. Não há tarifas ou cotas, o comércio é 100% livre em comparação ao resto do mundo. A justiça deles é famosa por ser justa e não corrupta”, afirma.
ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Brasil encontra dificuldade para gerar receita acima dos gastos
Para Silvia Matos, do ‘Boletim Macro IBRE’, País está no negativo há mais de dez anos
ver em detalhes
Brasil e mundo vivem uma nova era geopolítica e tecnológica
De acordo com o cientista político Carlos Melo, a reorganização das forças globais deu origem a uma nova era “pós-Ocidente”
ver em detalhes
Na reforma do Estado brasileiro, foco deve estar no cidadão e no controle de gastos
Segundo Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper, e Felipe Salto, sócio da Warren Investimentos, é preciso superar o modelo federativo, que se esgotou
ver em detalhes