Democratizando a inovação, por Hitendra Patel
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO
“O conhecimento que sai de universidades de ponta norte-americanas, por exemplo, quando disponibilizado na internet, está imediatamente acessível para uma universidade em São Paulo ou no meio de Manaus”, diz Patel
“A tecnologia em si quase não é mais uma vantagem competitiva. A grande vantagem é a integração das tecnologias para criar coisas novas”, explica o pesquisador e diretor do IXL Center, Hitendra Patel. Em entrevista ao UM BRASIL, Patel explica como o método de “conectar pontos” pode democratizar a inovação em qualquer lugar do mundo.
Os pontos a que ele se refere são uma analogia. “Em negócios, os pontos são seus fornecedores, ou entender o que seus clientes precisam, saber sobre seus competidores no seu país e em outros. Cada um desses aspectos te soma mais pontos para conectar ao total”, afirma.
Ele comenta que costumamos pensar que inovar é apenas para os gênios, aquelas pessoas que, no imaginário popular, têm ideias brilhantes enquanto dirigem para o trabalho ou durante um banho. “Na verdade, todo mundo pode ser como Steve Jobs ou Bill Gates”, defende Patel. “Eles usam métodos para pensar e se tornam gênios porque têm mais ‘pontos’, e por terem mais ‘pontos’, conseguem visualizar mais imagens e cenários”, afirma. Para o pesquisador, é possível ensinar as pessoas a ter mais desses “pontos” e a conectá-los e reconectá-los, até que cheguem a um momento “wow!”, uma descoberta. “Por isso, acredito que podemos democratizar a inovação”, explica o entrevistado.
Para Patel, pela primeira vez a tecnologia que surge está, de fato, democratizando o mundo. “O conhecimento e a ciência que saem de universidades de ponta norte-americanas, por exemplo, quando disponibilizadas na internet, estão imediatamente acessíveis para uma universidade em São Paulo ou no meio de Manaus”, diz.
“Da mesma forma, as pessoas estão se movendo, temos brasileiros em todos os lugares do mundo agora, e eles voltam para cá trazendo grandes ideias. Por isso, a grande vantagem é a integração dessas tecnologias para criar coisas novas”, conclui.
ENTREVISTADOS
CONTEÚDOS RELACIONADOS
Economia e Negócios
Sem conhecimento científico, os recursos naturais não viram riqueza
Professor Marco Antônio Silva Lima, da Uepa, fala dos desafios econômicos e sociais da Amazônia
ver em detalhes
Entrevista
Bioeconomia desafia cultura das commodities no Brasil
Joanna Martins, sócia-fundadora da Manioca e diretora-executiva do Instituto Paulo Martins, defende que o País deve aprender a transformar recursos em valor
ver em detalhes
Entrevista
Os legados histórico e cultural de D. Pedro II
Historiador Leandro Garcia comenta relação do imperador com a literatura e critica atraso no processo de abolição
ver em detalhes