Com abertura, Estado de Direito e regulação razoável, Brasil pode conquistar espaço no mercado global
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Entre 165 jurisdições analisadas, o Brasil ocupa hoje a 90ª posição no Economic Freedom of the World, índice que mede o grau em que as políticas e instituições dos países apoiam a liberdade econômica. O relatório é desenvolvido pelo Instituto Fraser, organização canadense independente de pesquisa e educação em políticas públicas.
Para Fred McMahon, diretor e pesquisador do Instituto e responsável pelo relatório, ainda que tenhamos avançado algumas posições nos últimos 5 anos, a situação do Brasil é considerada desconfortável. “Se as pessoas não têm liberdade econômica para tomar suas próprias decisões e as empresas não são capazes de operar em um ambiente livre, o crescimento de um país fica suprimido. Isso impede a prosperidade e a redução da pobreza”, afirma.
Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, McMahon expressou sua preocupação com o desempenho do Brasil e destacou uma das dimensões integrantes do índice: a Regulação. “O Brasil está na 133ª posição em Regulação, o que significa que é um dos países mais burocráticos do planeta. Regras complicadas e incertas alimentam a corrupção e atravancam o crescimento.”
Outro fator preponderante, segundo o pesquisador, para a estagnação do Brasil no ranking de liberdade econômica é o tamanho do governo – que impede o crescimento de países relativamente pobres, inibe o investimento privado e prejudica o mercado de trabalho. “Quanto mais gente trabalhando para o governo, maior é a chance de manipulação do sistema”, diz. “Eu acho que o Brasil tem um governo muito grande, além de excesso de funcionários públicos. É um cenário que gera problemas inclusive na disciplina do mercado de trabalho como um todo”, acrescenta.
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Abertura para o comércio global
De acordo com o pesquisador, estudos mostram que o comércio é uma das maiores alavancas de crescimento, especialmente em nações mais pobres. “Desde o fim da 2ª Guerra Mundial, vemos países que se abriram para o mundo crescerem de forma acelerada e reduzirem os níveis de pobreza. Por isso acredito que o Brasil deveria negociar com todos os países que puder, e não se limitar a seus vizinhos e a blocos econômicos”, pondera.
“O Brasil tem condições de conquistar espaço no mercado global, contanto que haja abertura e proteção do Estado de Direito, além de regulações razoáveis. Algumas empresas brasileiras são líderes mundiais em seus segmentos. Quando os brasileiros têm oportunidade de ir para o mundo, se saem muito bem”, completa.
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