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Sociedade

abr 22, 2019

UM BRASIL dialoga sobre a representatividade feminina no País

A representatividade feminina sempre esteve entre os grandes temas do canal UM BRASIL. Apesar de alguns avanços, as mulheres ainda enfrentam entraves na busca pelo seu espaço nos setores públicos e privados.

Em seus cinco anos de existência, a plataforma multimídia entrevistou profissionais que detêm posições importantes em diversos setores brasileiros e que buscam a igualdade entre os gêneros.

De acordo com a ex-vice-presidente global de qualidade e satisfação do cliente da Schneider Electric e atual presidente da Microsoft Brasil, Tânia Cosentino, as mulheres são maioria nas universidades, mas quando entram no mercado de trabalho, caem nessa estatística.

“A mulher não consegue se projetar em uma posição de alto comando até mesmo pela falta de exemplo. As jovens que se formam (nas universidades) começam a perceber os obstáculos e, de repente, decidem que não vale a pena porque não vão chegar lá”, diz. Para ela, a sociedade precisa melhorar o diálogo no ambiente empresarial e promover referências que sirvam de inspiração para as jovens.

Essa questão sobre a participação das mulheres no ambiente executivo também foi um dos pontos abordados pela CEO da Lacoste Brasil e uma das principais lideranças das representatividades feminina e negra em grandes empresas, Rachel Maia. Ela ressalta que a inclusão de gênero envolve uma mudança de mentalidade. “Agora, a sociedade admite ter um problema social no tocante à diversidade, mas precisamos mudar a cabeça dos investidores, dos presidentes, dos gestores, para não ter um preconceito sobre aquilo que não é igual”, enfatiza.

E não é apenas no âmbito corporativo que a mulher ainda precisa de espaço. De acordo com a escritora, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e primeira mulher a ter presidido a instituição, Nélida Piñon, temos mais mulheres escritoras importantes do que os números apontam, por serem postas à margem. “A comunidade masculina não percebe que está faltando uma figura invisível, que é a mulher, mas é um fato que as pessoas cada vez mais estão se dando conta.”

Na visão da ex-consulesa da França Alexandra Loras, a discriminação que atinge as mulheres tem raízes semelhantes ao preconceito racial. “É uma inferiorização subliminar por meio das novelas, dos desenhos animados e de toda a narrativa dentro dos brinquedos. Lá no início é onde precisamos olhar, na raiz”, destaca.

A filósofa e ativista do feminismo negro Djamila Ribeiro ressalta que as pessoas refutam uma ideologia de gênero, mas ela já existe e é nela que a cada cinco minutos uma mulher é agredida. “Quando queremos estudar esses temas na escola, é justamente para combater essas violências que são postas nessa ideologia dominante.”

O assédio também é um tema que merece atenção e foi debatido pelas entrevistadoras do UM BRASIL Sabine Righetti, Érica Fraga e Thais Herédia. Segundo elas, apesar da crescente inserção no mercado de trabalho, a mulher continua sendo um ponto diferente em ambientes masculinos, e deve lidar com isso no trabalho, em casa e no grupo de amigos.

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