Empreendedorismo social é um conceito novo que trata de problemas antigos relacionados às desigualdades social e econômica. Esse conjunto de ações, em que a população passa a ter acesso a serviços melhores – como moradia, educação e saneamento básico, faz a diferença em um país onde a desigualdade continua a crescer de forma consecutiva nos últimos 4 anos, segundo dados do estudo A Escalada da Desigualdade, lançado nesta quinta-feira (15) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ao analisar o avanço do empreendedorismo social nos últimos dez anos, o cofundador e presidente do Instituto da Criança, Pedro Werneck, diz, em entrevista ao UM BRASIL, que as empresas têm sido atraídas para investir ou vincular seu nome a instituições sociais que tenham uma estrutura corporativa.
“Quando converso com departamentos, com responsáveis pela sustentabilidade da empresa, pela responsabilidade social corporativa, é um caminho sem volta. Quanto mais se faz, mais se percebe que é bom para todo mundo.”
A desigualdade no Brasil combatida pelo trabalho feito pelos empreendedores sociais pode impactar também a discrepância da concentração de renda, o que, segundo a professora de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) Marta Arretche, sofre alterações apenas “em situações excepcionais, como guerras e epidemias”.
“Houve um processo de inclusão importante no Brasil, que reduziu a desigualdade, embora tenha também ocorrido num contexto em que o 1% mais rico manteve uma parcela importante da riqueza total”, ressalta.