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Política

Financiamento de campanhas: uma linha tênue entre ética e corrupção

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Jaime Spitzcovsky

A circulação de recursos ilegais ou não declarados nas campanhas eleitorais tem sido alvo de investigações que tentam entender os meandros desse sistema. A pauta está movimentando o Brasil há anos, de forma que a academia se debruça sobre a circulação de dinheiro nas eleições para avaliar os seus efeitos na democracia.

Esse tem sido o foco dos cientistas políticos Jonathan Phillips, professor da Universidade de São Paulo (USP), e Scott Desposato, professor da Universidade da Califórnia. Em debate no canal UM BRASIL, em parceria com a BRAVA e o Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp), da Fundação Getulio Vargas (FGV), os especialistas avaliam alguns aspectos do custo das campanhas eleitorais no Brasil, incluindo pontos do antigo modelo de financiamento, fortemente irrigado com recursos de empresas.

Eles repercutem o estudo da FGV “Os custos da campanha eleitoral no Brasil: uma análise baseada em evidência” – pesquisa que examina a utilização de dinheiro ilegal ou não declarado em campanhas, com quantias que podem superar R$ 900 milhões nos últimos anos, segundo Phillips, um dos pesquisadores.

Na entrevista, Phillips frisa que o estudo foi elaborado com base em muitos documentos levantados pela Operação Lava Jato e informações coletadas pelos pesquisadores, mas, ainda assim, a estimativa de recursos ilegais circulando nas campanhas pode estar subestimada. Ele afirma que tanto a sociedade civil quanto as empresas são responsáveis por manter os políticos responsáveis no que se refere à ética atrelada às obrigações do ofício. “O papel da sociedade civil, das empresas e outras organizações é estabelecer uma normativa moral, um modelo a ser seguido para enquadrar os políticos.”

Desposato ressalta o que o mais surpreendeu no estudo: “Parece-me que a maior parte do dinheiro não foi destinada aos propósitos eleitorais, mas desviada para ganho pessoal. O mais surpreendente para um cientista político em relação aos resultados do estudo é o quanto está evidente nisso tudo um velho aspecto da natureza humana: a ganância”, conta. Ele diz que talvez seja por esse motivo que frequentemente as pessoas identifiquem aspectos do sistema político diretamente conectados à corrução financeira.

Essa entrevista foi destaque neste sábado (6) na Folha de S.Paulo. Veja aqui.

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