Falta de liderança política pode agravar crise no Brasil, diz Carlos Melo
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Em entrevista ao UM BRASIL, o cientista político e professor Carlos Melo afirma que o Brasil vive uma crise de liderança. “Nas décadas de 80 e 90, tínhamos no Congresso Nacional figuras experientes que sabiam como contornar situações adversas. A crise atual é preocupante justamente porque há o decréscimo de profissionais com essa visão”, avalia.
Melo afirma que a oferta de pessoas preparadas para ingressar na política diminuiu nos últimos anos. Em contrapartida, cresceu a demanda de artistas ou atletas mau sucedidos na carreira que viram na política um caminho alternativo.
“Em junho de 2013, uma grande reivindicação por mudanças tomou as ruas do Brasil. Alguns meses depois a sociedade elegeu um congresso com as mesmas características que incomodavam na gestão passada. Houve uma renovação de nomes, mas não de métodos”, afirma. Apesar de parte da sociedade estar mais ativa no que diz respeito à mobilização política, é preciso apostar na evolução, segundo o cientista político.
“As manifestações de rua cessaram porque ninguém ofereceu uma perspectiva de futuro. Governo e oposição erram porque não conseguem definir uma direção concreta para o País. Sair do senso comum é a grande expressão da liderança”.
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