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Política

“A eficiência do Estado no Brasil é muito baixa”, diz Alberto Ramos

Publicado em: 31 de março de 2017

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O Estado brasileiro tem uma grande participação na economia, mas gasta mal e não tem capacidade para investir. E, sem ampliar a capacidade produtiva, não há como elevar o potencial de crescimento do País a longo prazo. É o que diz o diretor de Pesquisa Econômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.

Em entrevista ao UM BRASIL, Ramos afirma que o País tem um Estado grande, em função da alta carga tributária e do volume de gastos do setor público, mas ineficiente, pois os serviços são de baixa qualidade. Para ele, esse modelo de Estado deveria ser evitado.

“Especialmente quando se tem casos como o do Brasil, que é um Estado gigante, que gasta muito, tributa muito e investe muito pouco. A eficiência do Estado no Brasil é muito baixa. O ideal seria que tivesse um Estado de menor dimensão. Se não for possível, ao menos que tenha um Estado que gaste e comece a investir melhor”, diz o PhD em Economia pela Universidade de Chicago.

Ramos explica que o Brasil não conseguirá elevar sua taxa de crescimento se os investimentos continuarem correspondendo a 17% do Produto Interno Bruto (PIB), nível considerado baixo para patamares internacionais. Além disso, o diretor do Goldman Sachs diz que, atualmente, o País enfrenta a parte fácil da saída da crise econômica, que envolve reduzir a inflação, cortar gastos e parar a recessão.

“A agenda mais difícil é elevar o crescimento potencial. Há reformas de caráter estrutural e que não são temas novos , são dos últimos dez, 20 anos. O Brasil precisa investir mais em capital físico e capital humano. O Brasil precisa se integrar mais à economia global. Precisa comerciar mais, ainda é um país muito fechado ao comércio. Tem uma carga tributária muito alta e distorcida. Tem um setor público que gasta muito, gasta mal e investe pouco. Então há toda essa agenda que poderia elevar o crescimento potencial”, avalia Ramos.

Para o economista, um Estado grande não é necessariamente ruim, desde que tenha capacidade de entregar serviços de qualidade. Por isso, questiona o modelo brasileiro. “Faz parte do contrato social entre o cidadão brasileiro e seu País que tipo de Estado ele quer. Não existe um modelo bom ou mau. Há quem tenha preferência por Estado menor, há quem tenha preferência por um Estado maior. O que não dá para ter é um Estado maior e ineficiente.“

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