Educação inclusiva transforma a escola em um espaço para todos. Dessa forma, o trabalho realizado pela Casa do Zezinho, no extremo da zona sul da cidade de São Paulo, é um exemplo. Em 25 anos, o local já recebeu mais de 21 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Conforme destaca a fundadora da instituição, Dagmar Garroux, o grande diferencial do espaço está em levar em consideração a trajetória de cada aluno com foco nos desenvolvimentos da autonomia de pensamento e de ações baseadas em quatro pilares da educação: ser (espiritualidade), conhecer (ciências), saber (filosofia) e fazer (arte).
“As crianças chegam à casa sem sonhos e sem confiar em adultos. Elas vêm de uma realidade de guerra, e, aqui, tudo é pensado para que cada ambiente seja prazeroso. É um absurdo, nos dias de hoje, ter uma educação fundamentada em um único conteúdo. Os pilares da casa estão fincados nos cinco sentidos, algo que foi esquecido”, explica ela.
O criador do Portal do Educador, Denis Plapler, e a diretora do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (Cieja) – Campo Limpo, Eda Luiz, afirmam que a ideia de um novo modelo escolar passa, justamente, por pensar em como tornar o ambiente de aprendizado mais inclusivo e interligado à comunidade em que está inserido.
“O ser humano que não frequentou a escola se sente humilhado, menor. Escutar uma senhora de 59 anos quando volta a estudar e consegue escrever o nome, fala: ‘Agora, eu sou gente’. Como esta pessoa se sentia até então por não ter passado pelos bancos escolares?”, questiona Eda. “Muitas vezes, essas pessoas têm filhos e filhas que não estão inseridos numa cultura letrada e sofrem consequências de uma diferenciação social-econômica no mercado de trabalho”, completa Plapler, em debate realizado em parceria com o Centro Ruth Cardoso, a AlfaSol e o canal Futura.
O cartunista Alberto Benett traduz, na charge a seguir, a importância da educação para os desenvolvimentos humano e social.
