A Casa do Zezinho recebeu, em 25 anos, 21 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, a fundadora da instituição, Dagmar Garroux, fala sobre o modelo pedagógico dessa organização, localizada no Capão Redondo, extremo da zona sul da capital paulista.
Ela ressalta que o grande diferencial é levar em consideração a trajetória de cada um com foco nos desenvolvimentos da autonomia de pensamento e de ações baseadas em quatro pilares da educação: ser (espiritualidade), conhecer (ciências), saber (filosofia) e fazer (Arte).
“As crianças chegam à casa sem sonhos e desconfiados dos adultos. Eles veem de uma realidade de guerra, e, aqui, tudo é pensado para que cada ambiente seja prazeroso. Cada sala tem uma cor do arco-íris, e até isso tem motivo”, explica Dagmar.
Dessa forma, a Casa do Zezinho recebe os alunos de forma atenta às necessidades e à criatividade de cada um e os ensina a usar os sentidos para aprender. “Na sala de gastronomia, por exemplo, a ideia é trabalhar matemática, química, estudos sociais e ciência. O aluno fala qual o almoço preferido dele e, com base nisso, ensinamos a refinar a receita. É um absurdo, nos dias de hoje, ter uma educação fundamentada em um único conteúdo. Não dá mais. Os pilares da casa estão fincados nos cinco sentidos, algo que foi esquecido”, afirma a pedagoga.
Essa entrevista faz parte de série sobre educação realizada pelo UM BRASIL e exibida com exclusividade pelo Canal Futura desde abril de 2020.