“Não há preocupação do governo em fazer as reformas necessárias”, diz economista
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A economia brasileira passa por uma série de desequilíbrios. Para o economista Alexandre Schwartsman, não foi por acaso que o País teve um colapso, que ele chama de desastre épico: “Por força de decisões equivocadas, os gastos públicos cresceram muito além da capacidade de arrecadação. É preciso recuperar as condições e fazer com que o governo no Brasil caiba dentro do PIB”, acredita.
O especialista defende a reforma previdenciária e critica a cultura brasileira que busca privilégios e riquezas por meio do setor público: “Nós vivemos em um País em que muito raramente as pessoas enriquecem por meio de seu mérito pessoal, mas sim por conexões políticas. É claro que um País que segue estes padrões não irá enriquecer, inovar.”
Alexandre diz que é preciso colocar a casa em ordem e que o cenário econômico é indissociável do momento político que o Brasil vive. “Todas as reformas necessárias devem passar pelo Congresso, que mesmo imperfeitamente, é a representação da sociedade. Nós temos um governo que tenta resolver um problema e cria outros dois, ou seja, não há preocupação em mexer nas reformas necessárias”, enfatiza.
Para quebrar o círculo vicioso em que o País se encontra é necessário um conjunto de forças políticas que estejam dispostas a se engajar em um processo reformista. “A população precisa abraçar essa causa. Só não sabemos quando isso acontecerá”, finaliza.
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