Houve muita marquetagem, aponta Caio Blinder sobre economia brasileira
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“O ano de 2015 é muito sóbrio, negativo, de decepção e cobrança. O Brasil nos decepcionou outra vez […] O ponto fundamental é que houve muita marquetagem sobre o País”.
A afirmação é do jornalista Caio Blinder, que mora há mais de 20 anos em Nova Iorque, ao ser questionado sobre o olhar e as expectativas de quem vive fora do País. O documentário foi gravado no início do ano, nos Estados Unidos.
Blinder lembra a capa da revista britânica The Economist, em 2009, dedicada ao Brasil, que trazia uma montagem com o Cristo Redentor decolando, como se fosse um foguete, sob o título “O Brasil decola”.
“Houve muita marquetagem. De um lado, a visão do Brasil do pré-sal, que vai dar um salto fenomenal, a passagem de emergente a país de Primeiro Mundo em um passe de mágica, em uma década, e, de outro, uma marquetagem que eu considero ainda maior: a do economista britânico Jim O’Neill, que cunhou a expressão BRIC. Foi uma arrancada histórica desses países, impulsionada pelas necessidades de commodities da China e por um certo cansaço natural das economias maduras. Houve um momento histórico do Brasil, que foi emblemático, com a capa da Economist, com o rabo do foguete no Cristo Redentor. Nessa marquetagem, todo mundo participou da festa: o Brasil movido a commodities, a consumo e um deslumbramento, que foi do País e do exterior”, conclui.
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