Ainda muito fechada em si, a gestão pública no Brasil tem o desafio de trabalhar conjuntamente com o empresariado e a sociedade civil para elevar o nível de eficiência dos serviços destinados à população. É o que diz a diretora-presidente da Comunitas, Regina Célia Esteves de Siqueira.
“Ter um processo da iniciativa privada sendo oferecido para a gestão pública é comum. O difícil é fazer com a gestão pública. Esse é o modelo que a sociedade espera e que tem que acontecer”, diz Regina em entrevista ao UM BRASIL. De acordo com a diretora-presidente da Comunitas, há um choque entre as perspectivas de investimentos realizados no campo privado e na área pública.
Enquanto uma está de olho no longo prazo, a outra se volta para o que foi feito e o que pode ser entregue no período até a próxima eleição. “A iniciativa privada está sempre pensando no futuro. A gestão pública tem primeiro um planejamento olhando para o retrovisor, para as coisas que aconteceram e como ela reage ao presente. E, quando pensa no futuro, é no período de gestão daquele governo. É um planejamento de governo, e não de Estado”, afirma Regina.
Além disso, ela diz que o setor público precisa rever a formação e a participação dos servidores no processo de desenvolvimento de novas políticas públicas. “A valorização e a formação do servidor, em diversas políticas, é um ponto que tem sido esquecido. Não se fala em promover grandes mudanças na gestão pública sem desconsiderar o engajamento desse quadro”.