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Educação e Cultura

Quem mais espalha “fake news” são grupos de WhatsApp de família

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Maria Cristina Poli Entrevistador(a)
Publicado em: 1 de junho de 2018

“As notícias falsas, chamadas de fake news, não são espalhadas por robôs, mas por pessoas. Temos que ter muito cuidado ao demonizar as redes sociais porque quem mais espalha fake news são grupos de WhatsApp de família”. A afirmação é do jornalista Marcelo Tas em conversa com o UM BRASIL. O debate também contou com a participação da repórter Bárbara Libório, do portal Aos Fatos, e ocorreu no auditório da Escola Móbile, com mediação da jornalista Maria Cristina Poli.

Bárbara diz que é preciso avaliar se existe uma maneira de checar o que é publicado na rede (imprensa e canais como Twitter e Facebook, por exemplo). Esse é o único método para descobrir a veracidade da notícia. “Nem tudo é checável. A gente não pode checar uma opinião, planos futuros. Só fatos”, destaca.

Ela destaca que essa investigação não se limita a classificar se a informação é verdadeira ou falsa apenas, pois tudo depende do contexto da situação. A repórter diz que a notícia pode ser imprecisa ou exagerada, por exemplo. “Um político pode falar que entregou cem creches em um mês, mas é possível que ele esteja omitindo que essas creches deveriam ter sido entregues há dois anos”, explica.

Tas ressalta que inúmeras pessoas que recebem determinadas notícias ficam sensibilizadas e acabam repassando o conteúdo para os conhecidos sem ter a mínima ideia de que estão compartilhando notícias falsas. O objetivo delas é o de alertar as pessoas próximas de possíveis perigos.

“A mentira tem aspectos saudáveis. Temos de ter cuidado para não demonizar a mentira. Ela está inserida na natureza humana. É que muitas vezes a pessoa não conhece as ferramentas [de checagem], e quando recebe um spam, decide espalhar”, conta.

Tas observa que a velocidade da era digital é outro problema para a proliferação de inverdades. “Tudo é disseminado de forma rápida, e os adultos são os que mais têm dificuldade em se adaptar a esse mundo, porque eles cresceram em uma época em que se acreditava fielmente no que era noticiado pelos jornais e pela televisão”, afirma.

Os dois jornalistas criticam a existência de uma indústria que ganha dinheiro com a produção de notícias falsas ou imprecisas. Esse negócio é formado por pessoas que estão a serviço de cliques para gerar mais tráfego na internet.

Entre as recomendações para evitar a divulgação de fake news, Bárbara diz que se deve impedir o compartilhamento de textos que gerem dúvidas sobre sua veracidade, observar com cuidado textos com muitos adjetivos e com pontuação excessiva e conferir a data da publicação.

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