“É preciso valorizar a decisão do juiz de primeira instância”, diz ministro do STF
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO

A prática dos advogados brasileiros de recorrer às instâncias superiores da Justiça em Brasília tem gerado acúmulo de processos e lentidão cada vez maior no Poder Judiciário. Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, é preciso valorizar a decisão do juiz de primeira instância, exatamente aquele que tomou ciência dos fatos locais e ouviu testemunhas que geraram o processo original.
“A descentralização da Justiça é uma das necessidades que temos hoje. O processo deve começar e, se possível, terminar nas instâncias de primeiro grau ou, no máximo, nas instâncias revisoras de segundo grau”, explica. Para atender ao volume de processos existentes no Brasil, é preciso dispor, além de recursos humanos, materiais, tecnológicos e de infraestrutura, de uma mudança cultural.
“É necessário recuperar a autoridade do magistrado de primeiro grau na ambiência de sua comunidade. O juiz não pode ser um despachante de papel, que acha que seu trabalho começa e termina dentro do gabinete. Ele deve impor respeito e autoridade de suas decisões e ser um protagonista da mudança de mentalidade da população”, acredita o ministro. Fachin não considera a Constituição brasileira complexa. “Temos um documento exemplar e produtivo. Precisamos apenas efetivá-la”, diz.
ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Brasil encontra dificuldade para gerar receita acima dos gastos
Para Silvia Matos, do ‘Boletim Macro IBRE’, País está no negativo há mais de dez anos
ver em detalhes
Brasil e mundo vivem uma nova era geopolítica e tecnológica
De acordo com o cientista político Carlos Melo, a reorganização das forças globais deu origem a uma nova era “pós-Ocidente”
ver em detalhes
Na reforma do Estado brasileiro, foco deve estar no cidadão e no controle de gastos
Segundo Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper, e Felipe Salto, sócio da Warren Investimentos, é preciso superar o modelo federativo, que se esgotou
ver em detalhes