UM BRASIL UM BRASIL MENU conheça o um brasil
Voltar
ANTERIOR PRÓXIMO
 
Economia e Negócios

“É arrogância de quem atua na educação recusar as tecnologias no espaço escolar”, diz pesquisadora da Universidade Columbia

  • COMPARTILHAR
Publicado em: 28 de abril de 2016

ENTREVISTADOS

MEDIAÇÃO

Incluir a tecnologia de forma efetiva dentro das salas de aula é um dos desafios da educação brasileira. Para Fernanda Rosa, pesquisadora do Center for Brazilian Studies da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, negligenciar o uso dessa ferramenta é como tirar parte do mundo da escola.

“Hoje, ela é uma extensão de nosso corpo”. Apesar das inúmeras potencialidades da internet e das ferramentas digitais aplicadas ao ensino, muitos países ainda discutem qual a melhor forma de avançar.

“Não temos métricas que nos permitam entender qual o progresso gerado nas escolas. O fato de se ter tecnologia não significa que está sendo utilizada. Uma pesquisa do Banco Mundial, lançada no ano passado, mostrou que apenas 2% do tempo dos professores brasileiros em sala de aula é utilizado com a tecnologia.”

Socióloga formada pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Fernanda diz que muitas pessoas têm dificuldades para entender o papel das tecnologias no mundo atual. “É arrogância de quem atua na educação recusar esses mecanismos no espaço escolar. A internet só tem a agregar”.

Para a especialista, uma política pública de educação digital tem que ser fundamentada em três pilares: infraestrutura, conteúdo e formação de professor. “O que um sistema almeja é o aprendizado do aluno. Se um tablet for usado para um joguinho que não tem uma aplicação educacional, não estaremos usando a ferramenta para melhorar o ensino. O hardware não pode chegar à escola antes do conteúdo, deixando na mão do professor a decisão de como utilizá-lo”.

Durante entrevista ao UM BRASIL, a pesquisadora falou sobre o acesso grátis à internet e à banda larga em escolas públicas brasileiras. “A maioria não ultrapassa 2 megabytes por segundo. Muitas instituições dizem ter wi-fi, porém, com essa velocidade, é impossível utilizar. A infraestrutura é fundamental”. Fernanda defende ainda o Marco Civil da Internet, que vê como um agente de mudança no Brasil.

“A regulação coloca a escola como agente de inclusão digital na sociedade, o que é fantástico. O que não podemos deixar de mencionar é que o código não fala em criar uma disciplina de tecnologia, mas sim estar integrada ao aprendizado de outros conhecimentos, como Português, Matemática, Educação Física”.

ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Sem categoria

Educação precisa acompanhar revolução tecnológica 

Pedro Santa-Clara, diretor do TUMO Portugal, acredita que a sociedade ainda segue um modelo educacional que remete ao fim do século 18

ver em detalhes
Sem categoria

Gastos ineficientes e insegurança jurídica limitam a economia brasileira 

O economista Armando Castelar reflete sobre fatores que atrasam o desenvolvimento do País

ver em detalhes
Economia e Negócios

Brasil encontra dificuldade para gerar receita acima dos gastos 

Para Silvia Matos, do ‘Boletim Macro IBRE’, País está no negativo há mais de dez anos

ver em detalhes

Quer mais embasamento nas suas discussões? Siga, compartilhe nossos cortes e participe do debate!

Acompanhe nossos posts no LinkedIn e fique por dentro
das ideias que estão moldando o debate público.