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ESG

Direitos humanos são inegociáveis e ponto de partida de sociedades prósperas

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Juliana Rangel Entrevistador(a)
Publicado em: 22 de abril de 2022

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A ideia de debater, questionar ou politizar os direitos humanos revela que a sociedade ainda não entendeu o real significado dos direitos básicos inerentes a todas as pessoas. Além disso, respeitá-los é o ponto de partida de qualquer nação que almeje ser mais justa e igualitária. É o que afirma Gabriele Garcia, cofundadora e presidente do Instituto Think Twice Brasil, que atua na promoção de educação em direitos humanos, cultura de paz e engajamento cívico.

Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Gabriele destaca que os direitos humanos são inegociáveis. Para que a sociedade entenda desta forma, defende que o assunto faça parte do sistema educacional.

“Uma educação em direitos humanos presume, inicialmente, desmistificar o que entendemos por direitos humanos e colocá-los como, de fato, inegociáveis. Então, é o ponto de partida para que se consiga viver em uma sociedade que promova igualdade, justiça e oportunidades equivalentes”, ressalta.

Em 2013, Gabriele e o marido, também cofundador do Think Twice Brasil, percorreram 40 países com a intenção de identificar diferentes tipos de violação de direitos humanos ao redor do mundo. Especificamente sobre a América Latina, incluindo o Brasil, ela diz que, por ser um território fundado em estruturas de desigualdade e violência, a ideia sobre tais direitos ainda é muito vaga.

“Quando propomos uma agenda de não violência e de cultura de paz, estamos sendo revolucionários. A tentativa é de propor um novo paradigma de se relacionar e de se comportar que não se paute na violência como fio condutor de nossas escolhas”, explica Gabriele.

Mestre em Direitos Humanos e ex-participante do programa do Dalai Lama de cultura de paz e empatia, Gabriele reforça que somente será possível avançar como sociedade quando os direitos básicos forem considerados inegociáveis.

“Quando assumimos que direitos a vida, segurança, educação, saúde, justiça, liberdade de expressão, associação, mobilização e verdade, quando pactuamos certos direitos como inegociáveis, concordamos, enquanto coletivo e sociedade, que todos vamos partir desta discussão, que esses pontos estão superados e não abertos a nenhum tipo de negociação”, salienta. “São pontos de partida absolutamente comuns a todos nós. Assim, conseguimos propor avanços, melhorias e ajustes considerando a nossa perspectiva de mundo e a nossa afinidade com tal partido ou ideologia”, complementa.

Além disso, a presidente do Think Twice comenta que o sistema educacional brasileiro, conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), optou por tratar direitos humanos de forma transversal, isto é, espalhado por diversas disciplinas. Gabriele, no entanto, argumenta que, como o real significado das prerrogativas inerentes ao ser humano ainda é pouco conhecido no País, o currículo escolar deveria contar com uma matéria específica sobre o assunto.

“Tratar sobre direitos humanos e política é tão importante quanto aprender a calcular e falar português. Não adianta nada ser muito bom em cálculo se ainda não percebemos que a nossa responsabilidade cívica é determinante para o rumo do nosso País”, pontua.

Assista à entrevista na íntegra e se inscreva no Canal UM BRASIL!

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