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Democracia deve olhar para as possibilidades do século XXI

DEBATEDORES | Rafael Poço

Encontrar soluções para os problemas da democracia passa por abrir espaço para práticas inovadoras, sejam tecnológicas, sejam nas relações de trabalho ou de organização social. É o que diz Rafael Poço, advogado e fundador do Update Politics, laboratório de inovação política na América Latina.

Em entrevista ao UM BRASIL, realizada em parceria com o Instituto Atuação durante a 2ª Semana da Democracia em setembro deste ano, em Curitiba, Poço diz que, de maneira geral, a democracia enfrenta três crises no mundo todo: a crise de representatividade, no que se refere à dificuldade de os políticos refletirem os valores e as ideias da sociedade; a crise institucional, uma vez que os processos no setor público são lentos em comparação à vontade dos cidadãos; e a que ele considera a principal, a crise de referência.

“É a crise que importa mais. Para onde olhamos para buscar soluções para os problemas que estamos enfrentando? Normalmente, olharíamos para a produção da academia, referências históricas. Mas propomos, além disso tudo, que para acharmos soluções para a democracia, olhemos para as possibilidades que o século XXI cria”, afirma o advogado.

Para Poço, os partidos políticos também precisam se adequar às novas exigências da sociedade, mesmo as legendas que possuem mais profundidade ideológica. “Penso mais os partidos políticos como mediadores hoje em dia do que necessariamente espaços de defesa intransigente de uma causa específica. Entendo que falta um espaço de mediação interno nos partidos, para tentar entender e refletir o que existe na sociedade, tentar criar convergências a partir disso. O que existe em geral são blocos, correntes, tendências internas.”

Do ponto de vista do cidadão, o fundador do Update Politics diz que promover a cidadania envolve solucionar os problemas com a participação das pessoas, sendo que o mundo de hoje oferece mais formas do que nunca para isso. “O que está por trás de ter uma cidadania mais ativa, de ser mais protagonista da sua cidadania, é se ver como alguém capaz de resolver problemas ou contribuir para isso”, diz Poço.

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