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Economia e Negócios

Brasil precisa de pacto político para elevar patamares de crescimento

Publicado em: 5 de dezembro de 2025

MEDIAÇÃO

Jaime Spitzcovsky

Para tirar o Brasil de um patamar de crescimento mediano e alavancar a economia, é preciso realizar uma transição por um novo pacto político, defende Ricardo Sennes, economista, cientista político e sócio-diretor da Prospectiva Consultoria. 

A reflexão aconteceu durante a nona edição do Fórum Mackenzie de Liberdade Econômica, na plenária Abertura Comercial em Tempos de Protecionismo, que também contou com a participação de Sandra Rios, senior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes) e sócia da Ecostrat Consultores. 

O Fórum Mackenzie de Liberdade Econômica é uma iniciativa do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (Mackliber), do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com o apoio do Instituto Liberal de São Paulo (Ilisp), do Canal UM BRASIL e da FecomercioSP. 

Brasil entre a retração e a abertura 

  • País estagnado. “O Brasil tem uma estabilidade ‘subótima’. Um crescimento medíocre, que a gente ‘anda de lado’. Cresce 2%, às vezes 2,5% em alguns setores, não está parado. Mas tem um pacto medíocre que basicamente vai estabilizando o País num [nível] ‘subótimo’”, critica Sennes. Para tirar o Brasil da situação descrita, o especialista defende elevar a eficiência e o bem-estar social mediante um “novo pacto político”. 
  • Problemas internos. “O problema não é só a abertura comercial. Falta olhar para dentro. O Brasil tem um ambiente anticompetição, antiempreendedorismo, na essência”, afirma Sennes. Para o economista, é preciso articular uma “coalizão pró-mercado” e incentivar a competitividade interna, já que, segundo ele, “a maior parte dos setores relevantes na economia brasileira é de oligopólios com baixa competição”.
  • Mudança de rumos. Na opinião de Sandra, o Brasil também tem apresentado um desempenho aquém do necessário em termos de produtividade. “Todo esse arsenal protecionista tem sido um veneno para o crescimento da Indústria”, opina. “A retomada do crescimento sustentável no País depende de uma abertura comercial que gere competição e estímulo à inovação e ao investimento.”

A era do protecionismo seletivo 

  • Mundo mais fechado? De acordo com a senior fellow do Cebri, a onda de políticas protecionistas que o mundo vive hoje não se aplica a todos os setores, tampouco é generalizada. “O ‘protecionismo seletivo’ responde, basicamente, ao uso de instrumentos de políticas econômica e comercial para lidar com preocupações ou com motivações de caráter não econômico, mas de caráter político, ou geopolítico e estratégico”, explica. 
  • Os ônus do protecionismo. Segundo a especialista, entre a maior parte dos países, há uma nítida percepção e consciência sobre os custos econômicos e sociais de uma retomada de um protecionismo de forma generalizada, o que faz com que essa política seja aplicada apenas em certas ocasiões. “Não é por outro motivo que os países não responderam à mudança de orientação dos Estados Unidos, às tarifas de [Donald] Trump, com o aumento das próprias tarifas, ou com o uso mais intensivo dos instrumentos de política comercial”, completa.

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