Desde 2013, o Brasil vive um período social turbulento porque os cidadãos passaram a questionar a política, avaliam os professores Oscar Vilhena, diretor do curso de Direito da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), e Luciana Yeung, coordenadora dos cursos de graduação do Insper. Em entrevista ao UM BRASIL, Vilhena diz que o comportamento dos jovens de hoje é fruto dos direitos estabelecidos pela última Constituição Federal.
“Começamos a ver a abertura desse olho do furacão em 2013, quando a garotada foi para a rua. Todo o pacto que fizemos em 1988 criou uma nova geração de brasileiros que acredita que tem direitos.”
Para Yeung, esse movimento se choca diretamente com a crítica de que até pouco tempo o brasileiro não se interessava por política. “Agora temos o voto, a organização das ruas e mais uma coisa nova que é a tecnologia. O espaço digital tem se tornado muito importante para uma participação maior das pessoas [na política]”, diz a doutora em economia.
Segundo Vilhena, esse “processo social de questionamento e ruptura não é linear e não é suave” e, com isso, o Judiciário foi abastecido com uma série de ferramentas novas, como a delação premiada. Para os professores, o Judiciário só terá condições de assumir um novo papel na sociedade através de um aperfeiçoamento de sua gestão, para dar celeridade aos processos.